Outro dia estava brincando com a Luna (vejam bem, brincando!) e diante de alguns “monólogos com ela” – por enquanto – me peguei pensando na quantidade de verbos no imperativo que dirigimos aos nossos filhos; desde tão cedo.
Eles variam dos mais simples como dance, deite, coma, beba, durma, ande, engatinhe, levante, sente, pegue, desenhe; até alguns um pouco mais complexos como levante os braços, lave a barriga, coloque a presilha no cabelo da mamãe, diga papai, fale banana, limpe a boca, abra o pote e por aí vai.
Claro que a grande maioria deles, pelo menos no meu caso, possui muito carinho no tom de voz e na intenção da “ordem”.
Sei que a idéia principal é ensiná-los; e aí penso que um ‘por favor’ não faria a menor diferença neste caso – novamente, por enquanto - nem pra nós, muito menos pra eles. O imperativo é a forma mais curta e clara de dizer alguma coisa aos nossos pequenos; e algo antes, durante ou depois só poderia confundi-los.
É que ás vezes me sinto mal de estar o tempo todo mandando pedindo pra Luna fazer isso ou aquilo. Muitas vezes é para ir, aos poucos, ensinando a filhota sobre as coisas do cotidiano e como se tornar (bem aos poucos!) independente. E sabemos que conseguir realizar pequenas ações estimula a confiança e os tornam crianças mais felizes. Não é á toa que, quando executam algo que sabem que aprovamos, eles são os primeiros a bater palminhas e exibir um sorrisão semi-banguela no rosto.
Só que muitas “ordens-fofas” são apenas isso, comandinhos pra que Luna faça algo exclusivamente para que eu me derreta e babe nela, pensando que minha filha é a criaturinha mais engraçadinha do mundo. Ensinamos Luna a piscar e quando ela fecha os olhinhos, apertadinhos, acompanhando o movimento com uma caretinha delícia, fico com vontade de pedir que ela repita o gesto um milhão de vezes. Mas, né?! Pra que mesmo?! Tipo, que saco, mãe!
Por outro lado, acho que eles têm um sistema interno de proteção que bloqueia os movimentos do corpo (e do ouvido) quando eles não estão a fim de cair na nossa manipulação materna. Isso acontece muito quando queremos mostrar como eles são espertos e simpáticos para as visitas, parentes, amigos e afins. É de lei... Lei de Murphy! Só que esses não são os únicos casos. Luna, mesmo em casa, quando está distraída com algo mais interessante do que a voz da mãe dela, simplesmente ignora minhas súplicas de atenção. E ponto.
Enfim, só parei pra viajar um pouco como, mesmo “sem querer”, recebemos ordens a vida inteira... Inteira mesmo!!!