Tudo (ou quase tudo) que se passa nas cabeças e nas vidas de uma mãe e um pai de primeiríssima viagem.
domingo, 15 de maio de 2011
Recomeçando...
Assim como comecei o blog com um atraso de quase quatro meses para relatar a minha experiência gravídica, retomo meus relatos também com um atraso de quase quatro meses para falar da minha vida de mãe.
Está sendo incrivelmente mais difícil escrever o primeiro post desde o nascimento da minha pequena do que foi escrever o primeiro do blog; deve ser por isso que demorei tanto pra voltar aqui.
Mas acho que escolhi uma "época" boa pois, assim como descobrir que estava grávida mudou tudo na minha vida, há menos de três semanas entrei em um novo furacão; agora tudo volta a se encaixar, devagarzinho.
Até porque, seria impossível, nessa altura do campeonato, colocar em palavras tudo que aconteceu desde 13 de janeiro deste ano. As fotos e posts do Facebook e os tweets dão conta - até certo ponto - de me fazer "reviver" esses últimos quatro meses. Então vou registrar aqui e agora apenas os últimos acontecimentos.
Sempre trabalhei e tive uma vida muito agitada, então demorei um tempo pra aceitar e me adaptar ao fato de que iria passar 24 horas por dia dentro de casa durante alguns meses. Até porque, quando Luna nasceu, eu havia saída da casa dos meus pais fazia menos de 3 semanas. Aí fui aos poucos me acostumando com a rotina: arrumar a casa, cuidar da Luna, cozinhar, coisa e tal.
Atenção total na Luna e no lar, mas como um meio de manter ligação com o mundo exterior eu lia quase diariamente meus e-mails, inclusive os do trabalho. Não estar presente no ambiente de trabalho não me fazia sentir as mudanças que estavam acontecendo por lá, mas uma hora elas chegaram até mim. E essas mudanças me fizeram repensar algumas questões profissionais-pessoais e me fizeram conversar com algumas pessoas a respeito do que se passava na minha cabeça.
Como este blog é pra falar do meu eu como mãe e não como profissional, vou resumir aqui e ali e chegar ao que interessa: um belo dia recebi uma proposta de trabalho e pesando todos os prós e contras resolvi aceitar.
É claro que me dissolvi em lágrimas assim que desliguei o telefone, Luna estava na minha frente e eu percebi que não ficaria mais com ela o dia todo.
Passado o momento 'desespero', comecei a planejar a nova vida nova: compra do que faltava pra escola - sim, mesmo os bebês possuem Lista de Material Escolar, e são ítens que não duram o ano inteiro, nanão -, adaptação no berçário - Luna não teria mais alguém pra lhe dar atenção exclusiva 24 horas por dia, mas eu sabia que estava deixando minha filha no melhor lugar do mundo pois, além de receber atenção como aluna, receberia como neta da coordenadora pedagógica e como "neta postiça" do casal dono da escola <3 -, consulta no pediatra para definição de cardápio - entrando na escola ela teria que começar a beber suco, comer fruta e complementar as mamadas com leite em pó, já que seria impossível tirar leite suficiente para alimentá-la por quase 12 horas; difícil saber que eu não seria mais a única provedora de alimento pra ela, rolou um ciúmes sim, #prontofalei... Enfim, dias super corridos.
Vejam a situação fácil: o primeiro dia que eu teria que ficar longe da minha filha por hoooras seguidas foi o primeiro dia no trabalho novo!!! Trabalho novo significa atenção 1000%, absorver o máximo de informações possíveis no menor espaço de tempo; mas como fazer isso com uma bebê de menos de 4 meses longe de você pela primeira vez por um dia inteiro?! Nossa!!!
E pela primeira vez eu não iria voltar do trabalho pra casa da minha mãe - com janta pronta, roupa lavada e casa limpa - sentar no sofá e assistir TV até adormecer. Eu teria que chegar em casa, fazer janta, arrumar bagunça, fazer a mala da Luna pro dia seguinte, ler a agenda da escola, escrever na agenda da escola, trocar fralda, dar atenção pro maridinho e brincar com a pequena. E no dia seguinte não precisaria apenas acordar, tomar banho, tomar café, arrumar minhas coisas e sair pra trabalhar. Teria que acordar, fazer o de sempre mais tirar leite, trocar fralda e dar de mamar.
Mas tem uma coisa simples que é: estou amando TANTO essa minha vida de mãe-casada que faço tudo com muito prazer... É incrível o poder que o amor tem em nos dar energia!
Luna acorda uma vez por noite pra mamar e é só eu aparecer na frente dela que ela se abre num sorriso que me derrete toda! Como sentir cansaço assim? Como não acordar as 4 da manhã com prazer pra dar de mamar pra um serzinho tão incrível?
E a história se repete: quando eu era pequena, minha avó ia da Penha até Ermelino Matarazzo, as 6 da manhã, ficar comigo pra minha mãe trabalhar; quando fui pra escola, Dona Marlene me buscava todos os dias e ficava comigo até meus pais chegarem do trabalho.
Não sei o que seria de nós sem minha mãe (e meu pai), ela pega a Luna na escola praticamente todos os dias e fica com ela até eu e Sil chegarmos do trabalho; cuida, brinca, dá mamadeira e troca a fralda. Sei que ela é louca pela neta, mas sei também que ela tem casa, filho, marido, janta pra fazer e bagunças pra arrumar, e ficar com a Luna come um tempão disso tudo. Mesmo assim ela simplesmente delira quando peço pra pegar a pequena na escola. Mãe...
Quero também deixar registrado o amor e cuidado que uma certa portuguesa tem conosco e com Luninha. Dona Otília, avó paterna, passa cerca de 4 horas dentro de ônibus e metrô pra ir uma vez por semana em casa ver a neta e passar toda nossa roupa e toda (e dela é MUITA) roupa da tchutchuca. Sogra...
Bem, ser mãe tem sido a melhor experiência da minha vida e espero relatar todos os momentos importantes aqui, nesse diário virtual.
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