sexta-feira, 21 de outubro de 2011

15 e 16/10/2011 – Vamos a la playa oh o-o-o-oh

Minha mãe é louca por praia. Quando éramos crianças, nas férias, passávamos o dia sem voltar pro apartamento, ela levava todo o kit sobrevivência pra areia e lá ficávamos até o final da tarde: protetores, toalhas, bolas, revistas, lanches, sucos, bolachas, frutas e tudo que coubesse na bolsa térmica.



Desde que Luna nasceu tenho vontade de levá-la pra ver o mar; colocar seus pezinhos na areia e perceber a reação dela ao sentir a ondinha passando por suas pernocas gorduchas. E o mantra “Tudo a seu tempo” me acompanha desde então.



Há algumas semanas esse assunto entrou na família: meus pais passaram um final de semana em uma pousada em Ubatuba e gostaram tanto que querem nos levar. E ficamos nessa de marcar a tal viagem pra Ubachuva. Foi quando pensei: por que esperar tanto, se podemos ir pra Praia Grande, no apartamento singelo e delicioso da minha avó, de frente pro mar?



“Arght! Praia Grande?!”. Pois é, eu sei que isso é só uma das questões que envolvem a diferença entre os litorais de São Paulo, mas lá, pelo menos, o sistema de esgoto é incrivelmente melhor do que da maioria das praias do Litoral Norte, pois encaminha toda sua podridão para as profundezes do mar, e não para a beira do mar.



E daí que, depois de um par de finais de semana com a agenda cheia, marcamos de ir no último sábado, dia 15 de outubro.



Acontece que, durante a semana, o tempo foi levemente esfriando; mas como sou esperançosa na vida, fui tocando os dias, mentalizando pra que São Pedro parasse de soprar o cata-vento do mundo e deixasse o sol sair. Mas e daí que o puto tava de TPM e não colaborou com nossa viagem. Na sexta-feira jantamos nos meus pais e, ao entrar na Internet, o Clima Tempo informou: dias e noites chuvosas e temperatura por volta dos 13 graus. Não que eu desse muita credibilidade para essas previsões meteorológicas, mas que não seria um final de semana pra ficar de biquíni, isso eu senti que não seria. Pelas conversas ali, naquela hora, pareceu que todo mundo havia topado ir, com o céu preto, cinza, amarelo ou lilás; afinal estava tudo comprado e organizado, não teríamos outro final de semana antes do final de novembro e seria bom para, no mínimo, Luna respirar um ar melhor do que o de São Paulo.



Acordei no sábado, olhei pela janela e comprovei o pior, o tempo estava feio pra dedéu. Fiquei na minha. Fui arrumar tudo, e – mesmo não precisando levar comida, roupa de banho ou roupa de cama - esse tudo é muita coisa.



Faltando quinze minutos pra sair, aquele velho de barba branca que chora mais do que a Luna quando demoro pra levar a sopa na hora do jantar, resolveu nos presentear com uma chuva grossa e petulante. E sabem no que isso resultou? Um marido de bico até chegarmos à praia, onde a chuva persistia em cair.



Meus pais foram antes, pra deixar tudo limpo e ajeitado quando chegássemos (Nhóm!). Com o dia daquele jeito, o plano era ficar brincando com a Luna no apartamento e descer no parquinho no prédio, onde tem aqueles brinquedões de plástico para crianças pequenas; amém!



Depois do café da manhã, Silvio resolveu tirar um cochilo.



Abre parêntese.



http://www.dicio.com.br/cochilar/ - Significado de Cochilar



v.i. Adormecer quase sem perceber e dormir pouco tempo; dormir sono leve e passageiro.



Fecha parênteses.



A não ser que a Terra tenha dado um giro de 720º em questões de segundos e tenha bagunçado (ainda mais) a noção do tempo, o período de sete horas que Silvio ficou deitado no quarto, de olhos fechados e corpo mole, não se constituiu como cochilo. Meu maridinho estava tão exausto da semana de trabalho que desmaiou e não teve Cristo (= sogro) que o fizesse levantar, nem para almoçar.

Nesse meio tempo, almoçamos, brincamos com a pituca, fomos na piscina do prédio tirar foto de frente pro mar - ou de costas, sei lá, tava longe mesmo – demos banho, fruta, mamadeira; assistimos filmes, jogamos conversa fora e combinamos com um casal de amigos dos meus pais – Tita e Jorge – de jantarmos na Casa da Kátia, uma pizzaria delícia que fica na ponta da praia.




Lá na pizzaria, Luna sentou sozinha, pela primeira vez, em um cadeirão de restaurante. O modelo disponível não dava muita segurança, era completamente aberto na parte da frente. Aí, papai MacGyver pegou uma fralda de pano, amarrou aqui e ali e pronto, tínhamos um cinto do Batman improvisado.

Como minha fofura – mesmo de barriga cheia - não pode ver comida, acabei dando uns pedacinhos de ovo (somente a clara) e ervilha da pizza portuguesa, pra deixar a bichinha sentindo que estava participando do momento de confraternização.



Fui dormir com aquela esperança no coração de que o domingo amanheceria ensolarado. E o domingo amanheceu ensolarado, mas o sol estava completamente coberto por nuvens cinzas e carregadas. Então, dando a guerra por vencida, pensamos em tomar café, arrumar todas as malas e ir visitar o Aquário Municipal de Santos, só pra variar um pouco a programação.



Acontece que tivemos dois fatores que foram determinantes neste dia: perdemos uma hora do dia por conta do início do horário de verão e o Silvio - o pai da Luna, sabem - não havia dormido o suficiente no dia anterior e só foi acordar às nove e meia da manhã. Eu falei "foi acordar"? Desculpem, ele foi acordado, caso contrário, sabe Deus, estaria dormindo até agora. O jeito foi fazer hora por ali mesmo, brincar com Dona Luna e ir arrumando tudo, aos poucos.



Fomos almoçar num restaurante ali no Boqueirão e acabamos voltando - eu, Luna e Silvio - antes dos demais; o Silvio queria assistir o jogo do Corinthians, às quatro da tarde.



Não vou dizer que não fiquei mega frustrada, que queria demais ter atravessado a avenida na frente do prédio e ter pelo menos pisado na areia. Fiquei chateadíssima. Mas tudo vale à pena quando a alma não é pequena deu pra família ficar junta, se divertir, descansar, respirar um ar um pouco "menos pior" do que o de São Paulo.



E como pra ser feliz basta focar no lado bom das coisas, acho a viagem não foi em vão; não, não.

Mamãe quatro-olhos






Este blog foi criado inicialmente pra relatar acontecimentos ocorridos durante a gravidez. Depois que Luna nasceu o foco obviamente mudou, agora os textos iriam acompanhar o crescimento da minha pituca e tudo que estivesse envolvido com isso.


E daí que eu estava pensando que, desde 13 de janeiro de 2011, 99% da minha vida está direta ou indiretamente ligada à Luna. Puxa! Descobri a América agora. E foi essa “descoberta” que me fez pensar que este post caberia aqui.


Um belo dia, aproximadamente cinco anos atrás, minha mãe olhou pra mim enquanto eu estava na frente do computador e se assustou: “Nossa filha! Por que fica tão perto do monitor, está com dificuldades para enxergar?” E eu comecei a reparar que era isso mesmo: pra conseguir ler o que estava na tela, ou mesmo ler um livro, eu tinha que me aproximar mais do que o normal do objeto em questão. Fui procurar um oftalmologista e o veredicto foi: você tem astigmatismo, precisa usar óculos. Maravilha Brasil! E foi assim que passei a ver o mundo com uma lente na frente depois dos 20 e poucos anos de idade.


No verão de 2009, fui passar uns dias na praia com minha querida Tatiana Bittar e como acho delicioso ir pra areia no final da tarde com uma cadeira e um livro, levei meus óculos.


E daí que, ao voltar pra São Paulo e desfazer minhas malas, senti falta das minhas lentes com armação vermelha. Procurei pela casa toda, nada. Quando voltei pra praia semanas depois, fiz uma busca minuciosa, nada de nada.


O tempo foi passando e eu fui “deixando de lado” essa história, como usava os óculos apenas pra ler, dava uma forçadinha na vista aqui e ali; e ia vivendo.


Quando finalmente resolvi correr atrás do prejuízo e ir ao oftalmologista, estava no início da gravidez e recebi a notícia: as variações hormonais durante a gestação – se estendendo para a fase de amamentação - podem acarretar mudanças refrativas. Isso significava que a visão poderia ficar levemente embaçada. Isso significava que não valeria à pena mandar fazer óculos agora, pois muito provavelmente eu teria que refazê-los depois. Isso significava que eu ficaria mais alguns bons meses dando aquela tal forçadinha na vista.


Voltei a trabalhar quando Luna tinha um pouco mais de três meses. Por mais que eu tivesse tentado (quase) tudo, o leite secou dois meses depois. Ela já passou dos oito meses e algumas semanas atrás achei que já era hora de parar de prejudicar minha visão.


Fui ao oftalmologista apenas pra verificar o nível da piora do astigmatismo e pegar a receita para fazer os óculos. 1,5 no olho direito e 0,75 no esquerdo é muito grave? Bem, não ligo mesmo, terei que voltar a usar aquela coisa lá de qualquer jeito, está na minha CNH: lentes corretivas obrigatórias. É a vida...


Kelly Cury, aquela do post sobre a natação indicou uma ótica nos Jardins, fazendo uma super propaganda do lugar, que incluía o diferencial dos modelos, a qualidade dos produtos, o bom atendimento, a importante participação do atendente para ajudar a avaliar qual o melhor modelo para seu rosto - levando em conta seus gostos particulares na vida - e a garantia de manutenção por tempo estendido. Fui, né!


E realmente era tudo aquilo mesmo. É claro que x+y+w = $$$$$, mas como a idéia é não trocar os óculos a não ser que o grau mude ou que um trator passe por cima deles, eu estava disposta a pagar um pouco mais.


Depois de muita conversa, muitos modelos sugeridos, muita explicação do quanto não funciona pra mim óculos coloridos, já que eu tenho uma leve necessidade de minimamente combinar roupas e acessórios, o resultado é este aqui:


Glasses

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Não. Não estou achando uma delícia usar óculos. Mais uma coisa pra se preocupar, limpar, guardar, cuidar e principalmente usar. Assim que coloquei e saí na rua, parecia que tinha tomado alguns livros da pinga mais barata do boteco da esquina; meu nariz está achando estranho e minhas orelhas também



Mas o que se há de fazer?


Há uma coisa: rezar pra que Luna não precise usar. Rezar muito, já que eu uso e Silvio também.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

To do or not to do...

(Post sujeito a edições constantes...)


O que fazer diferente desde a próxima gravidez...




  • Criar um blog no dia em que descobrir a gravidez.


  • Procurar loucamente até achar, logo nos primeiros meses, um médico que lute pelo seu parto normal.


  • Não parar de fazer exercícios (leves, claro!), mesmo que o idiota do primeiro ginecologista diga que deva parar com tudo.


  • Procurar uma panela que já venha com o compartimento próprio para esterilizar as mamadeiras.


  • Usar sling desde o nascimento do bebê.


  • Usar o BabyTub assim que for seguro


  • Trocar o sofá pra um tão confortável quando o que temos hoje, mas que permita que o bebê se apóie pra levantar quando chegar a hora


  • Providenciar equipamentos audiovisuais que dêem conta de garantir a qualidade do registro pra todo sempre, amém.


  • Se possível, comprar uma poltrona para amamentação com balanço.


O que acertamos na mosca...




  • Drenagem linfática pelo menos uma vez por semana. Sen-sa-cio-nal!


  • Fazer Chá de fralda. Nove meses sem precisar comprar um pacote de fraldas acho que é um bom número.


  • Colocar o bebê pra dormir no carrinho, no nosso quarto, até o 4º mês de vida, facilita um tanto a vida


  • No caso de sobrado, deixar o kit limpeza no andar de baixo e só subi-lo na hora de dormir; facilita um tanto mais a vida...


  • ...Ter um sofá confortável pra dormir naqueles dias de preguiça de subir pro quarto.

03/10/2011 – E a banheira cresceu...

Melhorar o sistema respiratório e, conseqüentemente, proporcionar um sono mais tranqüilo; trabalhar as habilidades motoras, noções de espaço e tempo e aumentar o apetite.
Natação é considerada o esporte mais completo que existe e, tirando o último benefício (já que Luna tem uma boquinha nervosa), todos os outros aspectos positivos da modalidade seriam muito bem-vindos pra minha pituca.
Num dia qualquer no trabalho, conversando com Kelly – amigona de longa data – sobre academia, minha vontade de voltar a me exercitar e como fazer isso sem ficar muito tempo longe da Luna, ela deu a idéia de fazermos natação, eu e minha pequena, juntas. E como Luna ama tomar banho, eu tinha certeza que as aulas seriam sucesso total!
E eu não resisto a uma nova experiência para vivenciar com minha filha. Talvez seja aquela coisa de mãe de primeira viagem, de não querer deixar escapar nada, achando que o filho só será feliz se viver de tudo um pouco.
A questão é que fiquei com aquilo na cabeça e fui imediatamente pesquisar sobre o assunto. O primeiro texto que li foi tão convidativo que minha vontade de levar a idéia adiante só crescia.
Voltando pra casa naquele dia, comentei a história toda com o Sil e na hora ele me disse: a academia onde eu faço natação tem aulas para bebês.
É uma rede de academias da Zona Leste e a unidade onde ele faz é super perto de casa. Maravilha! No dia seguinte passamos lá com a Luna pra que eu pudesse conhecer o lugar, o professor e conversar sobre a aula em si. Nessa altura do campeonato, imaginem como estava a minha super ansiedade nada controlável. Eu estava vendo nós duas na piscina, felizes da vida.
E daí que não daria certo lá: passamos na academia na quinta-feira passada e, para nossa tristeza, aquela unidade na Vila Matilde só tem uma piscina disponível, a de adulto; e quando a piscina estava mais vazia era justamente durante meu horário de trabalho. Mais cedo ou mais tarde do que isso, a piscina estaria lotada. Pensando que é natação para bebês, a aula precisa ser tranqüila; portanto, não, né?
Num gesto quase desesperado e sem esperanças, pesquisei outras unidades da rede e descobri uma á um quilômetro de casa! Melhor que isso, impossível! Liguei perguntando sobre as aulas e a recepcionista me disse (quase) tudo o que eu queria ouvir: a piscina infantil está disponível! E outra, os horário são bem melhores!
Pronto. Agora nada iria nos deter. Aula de natação, aí vamos nós! Sábado foi dia de comprar os acessórios: fralda pra piscina, touca e maiô. Um maiozinho lindo, tão pequenininho, branco na parte de cima, listras brancas e vermelhas e um laço vermelho no meio. Primeiro maiô de Luna.
Saí de casa na segunda-feira pela manhã, já deixando a mala da natação semi-pronta; a mochila de passeio de Luna serviria perfeitamente pra nós duas. O primeiro exercício foi mental, o de não esquecer nenhum item para antes, durante ou depois da aula: chinelos, toalhas, toucas, maiôs, fralda de natação, brinquedos de molhar, nécessaire, fralda, pomada, lenço umedecido, pentes, shampoo, documentos, carteirinhas do convênio, álcool-gel, porta-chupeta, lenço de papel, manta, roupas, touca de frio, meia, tênis, pano de boca, fruta, prato, colher, copo de água... Ufa!
No final da tarde, Silvio me pegou no metrô e fomos juntos buscar a pequena na escola. Como ela costuma jantar ás seis da tarde, achei que não fosse necessário comer alguma coisa antes da aula. Naquele dia ela havia jantado mais cedo e ela ficaria com fome se mantivéssemos a rotina da mamadeira apenas às oito da noite. Passamos de volta em casa e pegamos uma banana. E foi daquele jeito, mamãe tirando tecos de banana com os dedos, amassando e dando na boca da cria.
Chegando na academia, descemos até o andar de baixo, onde ficam as piscinas e fomos apresentados aos professores (um rapaz e uma moça – assim como toda academia de grande porte que conheço, os professores sempre são bem novos). Assim que eles viram a Luna e o rapaz da recepção informou que estávamos ali para fazer uma aula experimental de natação para bebês, percebi que os dois professores simplesmente não esperavam por aquilo, senti que a idéia não agradou e que se olharam como quem diz “Puts! Um dos dois terá que entrar na piscina”. E essa reação “só” aconteceu por um motivo: a demanda de aulas para bebês é raríssima na academia e naquele horário não tinham outros bebês fazendo aula há algum tempo. Isso, pra mim, já é um ponto negativo, pois li sobre a importância de outros bebês fazendo aula juntos e socializando o momento com os pais.
Combinei com Sil que ele se trocaria enquanto eu arrumaria a pequena para sua primeira aula. Assim que ela estivesse pronta, eu a deixaria com ele para poder colocar minha vestimenta de natação. E aí começou toda a logística. Primeiro preciso contar que o vestiário é feito único e exclusivamente para adultos e não tem qualquer tipo de infra-estrutura para bebês. Os armários ficam na parede do fundo – metade deles com a porta quebrada e de um tamanho que me fez usar dois - e um banco comprido azulejado no meio do corredor; duas fileiras de chuveiros, cada uma numa das paredes laterais do vestiário, sem suporte na parede para apoiar shampoo, sabonete ou nada. É um lugar limpo, mas, por outro lado, não o é; portanto, nem pensar deixar Luna sentada ou de pé no chão ou no banco sem nada por baixo. Luna fica de pé apenas com apoio, mas ainda não posso desgrudar os olhos um segundo sequer dela, pois a qualquer momento ela pode desequilibrar ou as pernas afrouxarem e ela cair. Ela fica super sentadinha há alguns meses, mas se algo chama sua atenção, ela não hesita em tentar pegar, este algo estando perto dela ou não. Ou seja, mamãe-braços-de-polvo e velocidade de lince para dar conta de tudo. Sem contar que levei uma toalha á menos, então tive que apoiá-la na toalha que seria a minha, do banho. Sem problemas, mãe é pra isso. Deita a neném, tira a fralda, limpa, coloca a fralda de piscina; senta a neném, tira a blusa e coloca a parte de baixo do maiô; coloca a neném de pé e termina de colocar o maiô; segurando a neném sentada no banco, mamãe-braços-de-polvo se estica mais do que a mulher elástica de Os Incríveis pra poder guardar tudo na bolsa e no armário.
Primeira maratona percorrida.  Ficamos os três – já que Silvio foi liberado pelos professores a também fazer a aula – ali na frente da piscina, esperando a aula começar. Família graciosa em trajes de banho. Luna nos olhando com as toucas na cabeça. Faltando alguns minutos pra efetivamente entrar na piscina, o professor comentou que poderíamos sentar Luna na beirada e deixá-la molhar os pezinhos. E assim foi, sentei no chão e segurei Luna na minha frente, com os pés dentro d’água. Silvio, muito apressadinho, logo entrou na piscina e pegou a pequena no colo, apoiando-a em seu joelho. Até aí estranhamento zero. Luna se divertia como se estivesse na banheira de casa.
Às 19h45 o professor entra na água e logo pega Luna por baixo dos braços. Informa-nos que a aula tem a duração de meia-hora, pois mais do que isso pode ser prejudicial para o bebê. Sim, meia-hora é um tempo ótimo! Durante a aula, comentei sobre a possibilidade de termos algum estímulo musical. Ele disse que seria difícil, por conta do barulho que vinha da piscina adulta, ao lado da infantil; mas me tranqüilizou lembrando que aquela era apenas a primeira aula, e o que importava era a identificação do bebê com a água, mas que nas próximas poderíamos ter os estímulos sonoros através de músicas cantadas por nós.
Os primeiros movimentos são leves, balançando-a lateralmente de um lado para o outro, para soltar o quadril.  Naquele ponto Luna percebeu que estava e um lugar diferente, tendo como apoio os braços de alguém que ela não conhecia; mas como eu e Sil estávamos ali do lado, ela ficou tranqüila. O professor deixou Luna numa posição mais de bruços, uma maneira de incentivá-la a bater as perninhas dentro da água. Fizemos revezamento durante a aula toda, todos os três seguravam a pequena brincando com ela dentro da água. Outro estímulo foi segurá-la não pelos braços, mas pela barriga e quadril, para que ficasse com todos os membros soltos, á vontade para se mexerem como quisessem. Nessa posição, quem não a estivesse segurando, posicionava-se á sua frente, estimulando-a a ir “buscá-lo”. Preciso confessar que ela se interessava mais em ir “buscar” ao Silvio do que a mim. Hunf! Mudávamos os movimentos durante a aula, e foi incrível ver o avanço dela nesta posição do início para o final. Nas últimas voltas pela piscina, seus movimentos eram mais coordenados, fortes e seguros.
A posição barriga pra cima, segurando apenas pelas mãos, foi um pouquinho menos receptiva. Ela só tinha ficado desse jeito deitada na cama, sofá, etc. ou na banheira, com o bumbum apoiado no fundo. Ao colocá-la desse jeito na piscina, ela ficou com o pescocinho bem durinho, fazendo força pra cima. Ficava mais relaxada quando a cabeça ficava apoiada no nosso ombro, deixando apenas o troco solto.
Outro estímulo do professor era colocar apenas a boca dentro da água para fazer bolinhas. Ele a segurava numa posição menos horizontal do que anteriormente e fazia o movimento, estimulando que ela o imitasse. Achei um pouco cedo para incentivar que ela colocasse a boca na água, pois sabia que era certeza que ela tentaria beber ou lamber a água. Dito e feito: assim que o queixo encostou na água, ela abriu o bocão e colocou a língua para fora.  Mas vi um vídeo onde essa técnica já era introduzida aos alunos em uma escola de natação logo na segunda aula. Então me segurei para não falar nada. Na verdade Luna nem ligava quando o pescoço cansava e de vez em quando a cabeça dava uma mergulhada rápida dentro da água; assim que voltava, piscava os olhinhos com rapidez, abria a boca, lambia a água que estava em volta dos lábios e continuava a brincar. Ela também não (muito) ligava quando o pai começava a espirrar água no rosto dela; mas que incomodava um tanto a mim, isso sim.
E a primeira aula foi assim, um reconhecimento do lugar, do professor, do meio e principalmente do próprio corpo. E ela se divertiu a beça.
Acabou? Não!
O pós-aula é a segunda parte da maratona. E tudo isso nos fez concluir uma coisa, enquanto Luna não tiver independência para ficar de pé sozinha sem hesitar em cair, só será possível fazer aula em família. A logística final foi assim (quase impossível de descrever): eu entraria pra dar banho na Luna enquanto Sil tomava banho; filha e pai prontos, seria a minha vez de ir para o chuveiro.
Saí antes da piscina pra deixar tudo o mais pronto possível: tirar mochila e sacolas do armário, separar roupa, fralda, toalha e sabonete. E foi nesse momento, com o corpo molhado, que constatei o pior: o vestiário estava um gelo! Eu tremia dos pés à cabeça. Fiquei paralisada, pois seria terrível pra Luna se pegasse aquela friagem. Por conta de todo quadro alérgico dela, a gente toma tanto cuidado em casa com a temperatura da água e do quarto que eu não poderia deixar que aquilo acontecesse ali. Pedi na hora para desligar o “ar condicionado” (ou sei lá que raios era aquilo), mas um deles teve que continuar funcionando, pois estava no mesmo interruptor da luz. Engenharia inteligente é isso! E agora eu sabia que teria que fazer tudo muito mais rápido do que fiz antes da aula.
Como não levei toalha pra tirá-la da piscina – e ainda não havíamos comprado o roupão - tive que enrolá-la na minha. Peguei Luna da piscina, corri pro vestiário e foi o tempo de pegar o sabonete e entrar no chuveiro. E aí entra aquela ajudinha sensacional: não tem porta-sabonete na parede! Solução: abaixar, apoiar Luna no joelho e fazer tudo ali; tirar a touca, o maiô, abrir o sabonete líquido, lavar a cabeça e o corpo todo. Sem chuveirinho, peguei Luna no colo e entramos as duas no chuveirão mesmo, com todo cuidado possível, claro. E Luna achou ruim? Que nada! Ela adora o chuveirão! Ria e mexia as perninhas que só vendo.
Sai do chuveiro e enrola a neném na toalha. Estico aquela minha toalha – já super úmida – no banco e deito a neném ali, ainda enrolada na sua. Um detalhe importante: minha toalha estava em baixo da minha filha, portanto, eu não tinha a menor possibilidade de me enxugar e tive que fazer tudo molhada, meio afastada para as gotas do cabelo não pingarem na guria. Coloca fralda, blusa, calça, meia, penteia o cabelo, pega o cobertor e leva a cria pro pai. Pra não deixar os dois esperando muito tempo, tomo um banho de 47 segundos e começo a socar tudo na bolsa guardar tudo. Duas sacolas para roupa suja e molhada foram suficientes? Não.
Chega de loucura. Vamos pra casa.
O benefício ‘proporcionar um sono mais tranqüilo’ foi percebido pouquíssimos minutos após o carro começar a andar; Luna dormiu largada na cadeirinha. E o sono correu bem a noite toda. Mas isso não é o fim da estória.
De terça pra quarta ela não dormiu bem, o nariz ficou mais congestionado e isso a incomoda demais. Na quarta Silvio a buscou na escola e eu cheguei em casa por volta das seis da tarde. Luna estava num estado entristecedor: aparência cansada, olhinhos vermelhos e com muita secreção, espirrando e tossindo mais do que o normal; e o nariz... Ah, o nariz! Não havia Rinosoro, inalação ou limpeza que tirasse tudo o que tinha ali. Não foi uma noite de brincadeiras no tapete da sala, bola, brinquedos, sentar e levantar ou andar pelo sofá. Foi noite de muito cuidado, carinho e amor. Tudo o que eu tinha no peito.
Na quinta-feira Luna não foi pra escola, ficou em casa com o pai e a Vovó Tiloca. E foi melhorando aos poucos, voltando a ser a pequena agitada e curiosa que sempre foi.
Depois deste “breve” relato, resumo que tudo valeu a pena. Luna se divertiu à beça na aula; estava super feliz brincando conosco ali naquela banheira gigante. E, apesar dos pontos negativos citados em relação à academia, achamos que vale a pena continuar. Como me disse Silvio: A felicidade dela ali, durante a aula, não tem preço. Mas o episódio que aconteceu dois dias depois foi um alarme muito importante. Natação sim, mas a saúde dela em primeiro lugar.
E ficamos torcendo pra que venha o verão e o calor, possibilitando muitas e muitas aulas pela frente.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

30/09/2011 – O resfriado, a febre e o primeiro banho de balde

Minha tia por parte de pai tem um filho de três anos - meu afilhado lindo! Pela diferença de idade, e por ter guardado “tudo” que o Guga usou quando nasceu, ela simplesmente nos deu o berço, a banheira, o cestinho de higiene e a poltrona de amamentar. Só! Pouca coisa... Mas eu acho que já falei tudo isso...
E daí que, como se não bastasse, antes da Luna nascer ela perguntou o que estava faltando no enxoval da pequena, pois queria dar um presente “de verdade”.  Nas minhas pesquisas incansáveis pela Internet fiquei sabendo de um tal "balde pra bebê".
Tenho amigas que dão banho em seus bebês nele, mas eu via aquele acessório mais como um ofurô em miniatura. Pra ser usado naqueles dias de calor, quando você já deu banho na criança, mas quer refrescá-la no final do dia, pra ela possa dormir fresquinha.
O tal balde chama-se TummyTub e tem algumas características próprias: “o plástico usado é transparente, para facilitar a visualização do bebê; não é tóxico; não existem arestas cortantes; a sua base é antiderrapante e na parte inferior há um centro de gravidade que permite grande estabilidade e segurança; o fato de ser um reservatório de reduzidas dimensões permite poupar água e energia, mantendo-a quente durante cerca de 20 minutos.” Enfim, conheço pessoas que optaram por usar um balde comum, mas como minha tia estava disposta á dar – e não faltava praticamente mais nada no enxoval da Luna – achei que seria um presente útil.
Luna nasceu em pleno verão e logo no primeiro mês de vida tentamos fazer a experiência... Frustração! Luna ainda era tão molinha que ficamos morrendo de medo de machucá-la; ela parecia meio desajeitada ali dentro, sem contar que o banho teria que ser em dupla: um segurando a cabeçinha e o outro fazendo o resto. Deixamos o balde de lado.
O tempo foi passando, Luna ficando mais firminha a cada dia e o frio batendo na porta na medida em que o ano avançava. E foram meses de um inverno que não passavam, meses onde Luna usou poucas vezes as roupas de calor.
E na semana passada alguma coisa me fez lembrar do balde. Lembrança triste, pois eu tinha certeza que Luna não caberia mais ali, e se coubesse, não iria querer ficar. Mas prometi que iria tentar mais uma vez, pra não dizer que abandonei o balde sem ter a confirmação se poderia dar certo ou não.
Recebo um telefonema na sexta-feira passada. Era da escolinha, dizendo que Luna estava com febre e perguntando qual seria minha posição. Pedi que dessem Paracetamol e ficassem de olho pra ver se a febre abaixava. Como Silvio estava em casa, ele foi buscar nossa pequena mais cedo. Assim que chegaram em casa, ela adormeceu no sofá, aparentemente com a temperatura controlada. Cheguei e ela continuou dormindo. Meia-hora depois, aproximadamente, ela acorda quente, com um pouco mais de 37° de febre.
E foi aí que eu lembrei que poderíamos dar um jeito nessa temperatura de uma maneira diferente. Balde com água, Luna pelada; hora de tentar encaixar uma coisa na outra. Foi indo, foi indo... Uma coisa meio: “Onde minha mãe está me colocando?! Um pouco apertado pro meu tamanho, não acham? Hum, mas dá pra ficar aqui sim...” Demos os brinquedos do banho e ela ficou ali, mordendo a abelha de borracha e girando a bolinha.
A experiência foi tão boa que a repetimos no dia anterior, depois de um sábado quente e uma Luna grudenta no final da tarde. Gostaria de ter retomado o acessório bem antes, assim que ela já estivesse com a coluna mais firme. Mas não rolou, acontece nas melhores famílias... Assim, posso “apenas” compartilhar aqui os momentos "Balde já com oito meses e meio”, mas fica a dica para as mais corajosas: com o tempo bom e a coluna mais firminha, banho de balde neles.

29/09/2011 – Bebê rockabilly

Sinceramente, não me recordo se já comentei em algum texto o nosso gosto - meu e do Silvio - por rockabilly (é um dos primeiros subgêneros do rock and roll, tendo surgido no começo da década de 1950). Na verdade, nos conhecemos nesse meio: eu, uma recém envolvida com o estilo de dança e Sil, o professor que foi indicado por uma amiga para me dar aula de aéreo (qualquer passo que a mulher saia do chão). Mas isso é outra (longa, longuíssima) história.
Acontece que, desde que engravidei, a freqüência das saídas para sacudir o esqueleto diminuíram consideravelmente; mesmo! Durante a gestação de Luna foram dois ou três vezes; e mais dois ou três depois que ela nasceu. Pra quem ia todo santo final de semana dançar, é uma diferença gritante. Esses dias atípicos aconteceram, acho que todas às vezes, em aniversários de amigos.
O nosso último rolé foi no começo de setembro, no Shake Baby; aniversário de uma amiga querida. A banda da noite era, ninguém mais, ninguém menos, que Henry Paul Trio. O Henry Paul, vocalista da banda, é amigo do Sil, e antes do show começar, ficaram trocando idéia sobre... Sei lá. Mas o mais importante é que, desse papo todo, saiu a informação de que a banda toca, quinta sim, quinta não, num barzinho na frente do metrô Guilhermina, á 3 minutos (literalmente) de casa.
E daí que ontem deu certo dar uma passadinha lá. A idéia inicial era deixar Luna com meus pais (no Tatuapé) e depois voltar para buscá-la; mas o cansaço estava tão grande que resolvemos levá-la junto e ver qual era a do lugar. Se fosse muito inapropriado para um bebê, voltaríamos rápido.
O lugar é bem gostoso, tem uma área a céu aberto e um espaço bacana dentro do barzinho. A gente ficou lá fora até começar o show. Mas e a fumaça do cigarro de alguns fumantes chegavam em nós. Como eu sabia que a banda começaria a tocar a qualquer momento, deu pra segurar.
21h10, hora de ouvir o bom e velho rockabilly. A bateria e o contrabaixo eram acústicos e só a guitarra era eletrônica. Mas assim que a primeira música começou, percebi que o som era um pouco mais alto do que eu gostaria que Luna absorvesse. A idéia então era ficar um pouco, prestigiar os amigos, matar a saudade de ouvir o ritmo ao vivo e ir pra casa, sem ter a possibilidade de dançar, já que jamais ousaríamos deixar Luna com qualquer estranho que fosse.
E então Silvio teve uma de suas brilhantes idéias. E o diálogo foi assim:
Sil - Vamos dançar?
Eu - Oi?! Esqueceu que tem um neném de nove meses no colo?!
Sil – Eu já dancei com duas mulheres ao mesmo tempo. Seguro Luna num braço e danço com você com o outro.
Como eu vivo apoiando essas idéias do Silvio, topei fazer a experiência. E deu super certo. Luna passou a música com a bocona aberta e um sorrisão nos lábios; às vezes o Silvio me girava e às vezes quem girava era ele... e ela. Sucesso total.
E já vejo o futuro próximo: Luna aprendendo a dançar logo que começar a andar, e Silvio fazendo aéreos com a filha assim que ela tiver estrutura física pra isso.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

23/08/2011 – Sentido do dia: tato

Amor, cuidados e estímulos. Tudo o que um bebê precisa.
Fazemos todos os dias muitas coisas repetidas com a Luna. Se não fosse pela constância, repetição e paciência ela não teria aprendido a sentar, ficar de pé, virar de bruços, segurar os brinquedos e mais um milhão (ok, exagerei um pouquinho) de coisas que ela já consegue fazer.
E aqueles livros infantis sobre estimulação – pra variar – falam da importância de algo que parece bobeira, mas não é; apresentar pro bebê o mundo das diferentes texturas.
Mãe de primeira viagem que não quer deixar nada escapar que sou, fui logo providenciando uns conhecidos livrinhos de animais com imitações de pêlos, escamas, peles e penas.
Mas isso já tem mais de três meses. E todo dia eu sentava Luna no meu colo, abria o livrinho e era assim: “Luna, olha o coelhinho! Vamos passar o dedinho no pêlo dele?” Aí eu passava meu dedo, pegava o dedinho dela e fazia o mesmo. Quando mudava a página, fazia a mesma coisa, mas antes de segurar seu dedinho, esperava pra ver se ela fazia sozinha.
Só que assim, até hoje, a reação dela era indiferente; ela me deixava segurar seu dedo por dois segundos e depois puxava a mão; e passar sozinha, nada!
Não sei se são todos os bebês, mas Luna, muitas vezes, presta mais atenção na minha voz quando eu cochicho do que quando falo no tom normal; ela deve achar aquele som meio estranho e fica quietinha, concentrada escutando.
E hoje fiz assim, passando o dedo no pêlo do coelhinho, falei baixinho, bem perto do ouvido dela: “Olha que macio, filha; passa o dedo aqui pra você ver.” E não é que ela apoiou aquele dedico gordinho ao lado do meu e começou a dobrá-lo e esticá-lo? 
Aí vem meu momento ‘estraga a brincadeira’, porque assim que percebi que ela tinha feito o que estava estimulando há meses, tirei o livro do colo, abracei e beijei minha cria aos montes, numa alegria só! Passado o surto de felicidade, peguei o livro de volta e fizemos a mesma coisa com os outros bichos.
E é assim, nessas pequenas-grandes evoluções que vou sentindo mais orgulho da minha pequena a cada dia que passa. E tem tanta coisa por vir ainda que acho que meus dedos não darão conta de contar.

Beijos estalados no ar.

Há algumas semanas Silvio começou a fazer barulho de beijo com a boca, e Luna não tirava os olhos dele enquanto os fazia.
Um dia, ela começou a reproduzir o som enquanto estava na escola e as Tias deram um significado para aquela brincadeira: mandar beijos.
Hoje ela já está com uma prática incrível, parece uma metralhadora disparando beijos o dia todo. Tem dia que já acorda nos presenteando com seus beijinhos estalados. Deliciosa!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

03/09/2011 – Abandono de menor

Parecia um show inocente. Ir prestigiar um amigo do trabalho que iria tocar em Pinheiros numa sexta-feira á noite.
O plano era: deixar Luna com meus pais, jantar comida mexicana no El Kabong, atravessar a rua e entrar no pub de rock pra passar a couple of hours, pegar Luna na minha mãe e ir pra casa descansar o que fosse possível, já que Luna acorda lá pelas sete da manhã, cheia de energia.
Tudo correndo como combinado... Até a banda começar a tocar.  Ajuda o fato de o show ter começado meia noite e meia, uma hora e meia depois do previsto.  E sabe como é. Estava gostosinho, e fomos ficando e ficando. Quando deu o intervalo da banda, não haviam tocado nenhum rockabilly, ou qualquer variação dele. E hoje em dia, uma das minhas maiores frustrações é sair esperando dançar, uma música que seja, e não conseguir nem dar um giro sequer na pista. Mas precisávamos voltar, pegar Luna e dormir, caso contrário, estaríamos um bagaço no sábado.
E daí que, pra ficar mais no show, veio a brilhante idéia do Silvio de deixar Luna dormindo na minha mãe, ir pra casa e encontrá-los no sábado na hora do almoço.
O quê?! Ir pra casa sem minha pequena, dormir sabendo que minha pequena não estaria no quarto ao lado, acordar sem ela em casa?! Nunca! Não!!! Não!! Não! Não? Por que não? Afinal, ela estava na casa da minha mãe, dormindo limpinha, alimentadinha e quentinha e provavelmente não acordaria pra nada de madrugada. Mas e eu? Ficaria órfã de filha?! Pensando bem, Luna é a bebê mais maravilhosa do mundo, não tenho do que reclamar; mas a rotina me faz chegar na sexta-feira só o pó da rabiola e poder dormir até x horas não seria nada mal.
Telefonema dado, sugestão aceita pela avó de Luna. E a noite continuou com um bom rock n’ roll.
Chegamos em casa no meio da madrugada, sem neném pra tirar do carro ou mil bolsas pra carregar; sem neném pra colocar no berço, dar beijo de boa noite e fazer um carinho. Acordamos lá pelas tantas da manhã, sem choro de neném, sem fralda pra trocar ou mamadeira pra dar.
Gostoso? Relaxante? De jeito nenhum! Senti um vazio no peito sem tamanho. A casa parecia sem vida. Que coisa mais esquisita. Só sei que comecei a apressar o Sil pra sairmos logo e ir encontrar Luna na casa da minha mãe. Reencontro com abraços apertados e com afirmações categóricas de que isso demoraria anos para acontecer novamente.
E todos foram felizes para sempre... Até o final de semana seguinte.
Dois convites no mesmo dia: aniversário de uma neta da amiga da minha mãe e jantar japonês com um casal de amigos. Os horários permitiram conciliar as duas coisas, nesta ordem. A idéia era levar Luna no jantar, pois, tirando o fato dela querer colocar na boca tudo que estivéssemos comendo, poderia ser um passeio bem tranqüilo.
E nesta noite dois fatores influenciaram o meu distanciamento de Luna até o dia seguinte: os avós dela insistindo pra que deixássemos Luna com eles até o final da festa e aquele tal cansaço que bate no final da semana, sabem? E mais uma vez aconteceu o tal telefonema: Mãe, posso deixar Luna dormindo aí na sua casa e pegá-la amanhã na hora do almoço?
Estou até vendo, assim que Luna aprender a falar, ela vai pedir pra ligar pra polícia e nos denunciar por abandono de menor.

02/09/2011 e 16/09/2011– Meus primeiros dentinhos

Quem achou o primeiro dentinho de Luna foi a Tia Ju, da escolinha. Era só um risquinho branco naquela gengiva rosada, mas era lindo de viver! Segundo minha mãe, a tradição é dar um presente a quem o achou. Então, na correria do dia-a-dia, tinha em mãos um pacote de bolinhas de chocolate e foi esse o super presente essa a lembrancinha. Fazemos o que podemos. Aí, duas semanas depois, minha sogra me diz que a tradição é justamente o oposto: quem acha o primeiro dente do bebê é que tem a obrigação (ah tá!) de dar uma jóia (ah tá!) pro pequeno ou pra pequena. Essas tradições me deixam louca.
Mesmo com toda a simpatia da minha filha, é um tanto difícil ver seu projeto de dente. Se tentar forçar, puxando o lábio inferior pra baixo, aí é que ela faz força ao contrário e fecha a boca. O jeito é aproveitar seus sorrisos e seus beijos estalados no ar pra apreciar o novo elemento da minha dentucinha.
Mas Luna já tem dois dentinhos aparecendo. E quem achou o segundo? A mamãe aqui! Foi na sexta-feira passada, no carro, indo levá-la para a escolinha. Num dos largos sorrisos de Luna, percebi um risquinho branco à mais em sua gengiva. Assim que ela sorriu de novo tive a confirmação, nasceu o segundo dentinho da minha branquelinha!
Até duas semanas atrás, eu a colocava no meu colo, de frente pra mim e dava meu queixo pra ela morder, pois sabia que isso ajudaria a coçar a gengiva, já que meu queixo é fininho o bastante pra ela dar uma boa mordida. E era uma delícia sentiar a pressão de suas gengivas. Mas assim, agora que ela já tem duas pequenas e finas serrinhas na boca, acho que vou repensar essa estratégia. Pode ser?