sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Quem disse que pai não dá a luz?

Após um loooongo período, cá estou eu novamente dando minha contribuição para mais histórias sobre a minha gravidez e da Aline. E não precisa ficar assustado achando que passei por uma experiência científica como o Schwarzenegger na década de 90 (confesso que tive que recorrer ao velho amigo Google pra saber exatamente como escrever o nome desse infeliz).

O pai, pelo menos os que querem fazer parte desse momento tão materno que são as 40 semanas de gestação, têm que modificar sua rotina para acompanhar as mudanças "forçadas" pelas quais a mãe passa nesse período.

Após toda aquela novela envolvendo o médico frustrado e o encontro com a nossa nova doutora, muito simpática e atenciosa, esta semana foi a vez de irmos a uma nutricionista, a Melissa.
A indicação foi de uma gestante já conhecida por vocês, leitores de nosso blog, que teve espaço cedido para contar sobre sua luta contra a balança durante a gravidez: a Moura.

Fomos com ótimas referências e devo confessar que todas elas foram mais do que verídicas. A moça realmente parece entender muito sobre sua profissão e deu diversas dicas... praticamente uma aula de como funciona nosso organismo, como os nutrientes dos alimentos que ingerimos são absorvidos e tudo mais que precisávamos saber para que nosso filhote tivesse do bom e do melhor enquanto fica praticando natação no líquido amniótico.


Mas o que realmente me inspirou a escrever este post, como de costume, foi a situação fora do normal anterior à consulta.
No caminho para o consultório, a Li recebeu uma ligação da doutora informando que houve uma queda de energia no prédio e que, caso ainda quiséssemos comparecer à consulta, teríamos que subir de escada até o 7º andar. Como nós dois somos da geração saúde e sempre estamos fazendo algum tipo de exercício físico, topamos fazer a escalada.

Chegamos ao prédio e nos encaminharam para as escadas de emergência, com o seguinte conselho: "Como as luzes de emergência também estão desligadas, é melhor vocês usarem a luz do celular e segurar no corrimão para ter mais segurança". Aí caímos em um grande problema tecnológico pelo qual eu e a Li passamos: não temos aparelhos avançados, daqueles que normalmente as pessoas fazem de tudo um pouco, e até conseguem fazer e receber ligações neles. E quem falou que a luz dos nossos quase pré-históricos aparelhos iluminava alguma coisa?
Uma das coisas que mais me aflige nessa vida é a idéia de perder a visão, e ali me senti como Richard Pryor em "Cegos, Surdos e Loucos", tateando e tropeçando nos degraus.

Foi então que tive a brilhante idéia de usar o nosso novo "brinquedinho", vindo diretamente de Pittsburg, para iluminar nossos caminhos: o GPS!
Aquilo sim era uma luz no fim do túnel, e nos salvou de um possível treinamento para dublês, rolando escadaria abaixo.

No meio da nossa odisséia, ainda tive que dar uma de lanterninha e acompanhar uma moça que, pelo andar da carruagem, já estava há uns bons minutos ali, tentando enxergar os degraus com uma luz que mais parecia um
led de controle remoto. Como nosso destino era o 7º andar, deixei a Li num lugar seguro e plano, enquanto fiz minha boa ação até o 12º andar.

Finalmente conseguimos sair ilesos e, no meio da consulta, a luz voltou e não tivemos que continuar brincando de "lumos" na hora de ir embora, já que o elevador estava nos esperando de portas abertas. Só faltou suspirarem de satisfação como no prédio do escritório central do
Guia do Mochileiro das Galáxias.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O lado esquecido do armário

Mais dia menos dia isso acabaria acontecendo: as minhas calças preferidas seriam realocadas para um canto isolado do armário, canto esse onde eu só voltarei a mexer daqui alguns meses - caso tudo dê certo...

E hoje foi o dia da decisão...
(PS: comecei a escrever este post tem mais de uma semana)
Algumas delas não eram mais confortáveis faz um certo tempinho, mas eu teimava em usar (abrindo o botão sempre que sentava e cobrindo a parte aberta com a blusa). Shiu! Isso é segredo, afinal, não é digno uma futura mãe de família ficar com a calça aberta onde quer que seja. 

Mas é difícil se acostumar com a idéia. Sempre achei meu quadril largo demais, por causa disso só fui começar a usar calça skinny - modelo que dá uma suuuuuper valorizada nas curvas do corpitcho - no ano retrasado, quando a minha relação com meu corpo entrou numa certa estabilidade. E como esta estabilidade durou até então (então = julho, quando a gravidez começou a fisicamente aparecer) está sendo bem (BEM) difícil aceitar que terei que deixar minhas roupas preferidas isoladas num canto do armário e voltar a usar as antigas calças "largas".
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Pra ajudar: estava fazendo uma pesquisa de imagens para colocar neste post e achei o site de uma marca de roupas para gestantes.
Uma calça jeans simples, com elástico pro barrigão, pela bagatela de 258 reais.
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O.o
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DUZENTOSECINQUENTAEOITOREAIS
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Como devo ter feito muitas boas ações na vida passada, Deus quis que o auge da gravidez fosse no verão - segundo os médicos, meu pequeno parasita virá ao mundo entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira de janeiro ("estragando" as férias de toooodo mundo, uhu!) - ou seja, a minha coleção de vestidinhos soltinhos e confortáveis irá aumentar incrivelmente!E vestidos pro verão a gente acha aos montes por aí! E viva a José Paulino!


Pedala padrinho... ou... A suspeita do primeiro chute

Meu pai passou um mês fora, trabalhando nos States; voltou no domingo...
Quando ele saiu de casa minha barriga estava praticamente reta ainda, quando eu contava para alguém que estava grávida, geralmente recebia olhares suspeitos.
Agora já posso me considerar uma super gravidinha: hoje, dia 24 de agosto, meu concepto está com 16 centímetros e pesa 260 gramas (segundo a newsletter do site bebe.com) e cresce em progressão geométrica.
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Como meu velho não havia visto a que ponto seu neto tinha crescido, em casa, no domingo mesmo, depois de passada toda a agitação da volta do chefe da família, minha mãe me puxa de lado e lança:
- Você já viu a barriga da sua filha?
E foi logo levantando minha blusa.
Meu irmão - THE godfather - interfere:
- Não! Se a Li deitar dá pra ver melhor.
Sento no sofá e reclino o encosto. Meu irmão se ajoelha ao meu lado, levanta um pedacinho da minha blusa e encosta a bochecha na minha barriga, com o rosto virado pra mim.
No segundo seguinte eu sinto um "pedaço da barriga sendo empurrado de dentro pra fora" (essa foi uma boa descrição de um possível chute?) e meu irmão deve ter sentido algo como um cutucão na bochecha. A gente se olhou com a maior cara de espanto do mundo e dissemos quase ao mesmo tempo:
- Isso foi um chute?!
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Caros amigos leitores, foi "um dos" milésimos de segundo mais gostosos da minha gravidez. Claro que o ultrassom é incrível - poder ser seu bebê ali se mexendo - mas uma coisa é saber que tem uma vidinha aqui dentro se formando, outra coisa - e agora entendo que é completamente diferente - é SENTIR essa vida, sentir literalmente na pele.

Uma pena que não foi o Sil quem sentiu o prmeiro chutinho, mas padrinho é quase um pai de consideração, certo?
E além da gente ainda não morar junto e trabalhar fora - portanto não ficar junto 24 horas por dia - a gente sabe que mãe tem privilégios emocionais e experimentais desde o momento da concepção, já que é impossível que o lado paterno sinta durante a gravidez o que a mãe sente (óbvio) e que, pelos menos até os primeiros meses de vida, a mãe tem muito mais contato com o herdeiro...

Ser mãe é padecer no paraíso...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Visita especial...

Gente!
Sabe aquela "amiga mais grávida do que eu" de quem eu sempre falo aqui no blog? Aquela que "me inspirou" a começar um diário virtual da minha barrigudice ao me mostrar seu incrível livro-diário?
Então, ela - Mariana (A) Moura - veio aqui na minha mesa no trabalho perguntar se eu doaria um post do blog pra ela! 
Quê?!?!?!
Claro que sim!!! Sempre relembrando que aqui quero compartilhar o que vivo e sinto e também proporcionar o compartilhamento do que rola com @s amig@s e barrigudas próximas.
Ela se empolgou MESMO na hora de escrever, mas eu pelo menos não ligo não... Está tão gostosa a escrita que flui facinho...
Lá vai:

[Aceita um post?!]

Depois de mandar dois honrosos pedações de bolão em plena tarde na firma, resolvi pedir um cantinho no brogue da amiga para registrar minha colaboração-aflição-reflexão. Parte por que o tema aflige a nós duas (eu e Aline - as duas pós-bolão) e parte por que adoro escrever (e parte por que sou inxirida mesmo)... não tenho a pretensão de elucidar muita coisa, mas usar o espaço para trocar bobagens sobre as preocupações corriqueiras das meninas "embarrigudadeiras"!!!

Seguinte, o tema é: peso! Pois é. Na minha opinião, Aline é referência-sonho no quesito "magrice". A mina tem quase a minha altura e pesa na casa dos 50 (no comecinho da casa alilás); já eu pesava na casa dos 60 (láaaaa no finalzinho dele). Inclusive na área brogue, a única coisa que consegui produzir foi um de comida para provar e atestar minha gula profissional (http://comidadebarrigacheia.blogspot.com).

Mas, vamos lá. Desde que minha gravidez entrou em estado avançado (e, enfim, visível) tenho notado que é temática cara as grávidas que se encontram perguntar logo no comecinho da aproximação: "e aí? quanto engordou?" e umas se gabam dos poucos quilos e outras se assustam com o avançado do engordamento. Pois eu nunca soube bem onde me encaixava até mês passado. Vou contar o histórico.

Filha de família que flerta intensamente com a obesidade, sou cuidadosa com as calorias (mesmo sendo um ser ultra-lariquento). Tempos atrás, descobri uma zuuuuuper nutricionista que amo, que me ensinou a ver os alimentos de um outro prisma, que não é calórico apenas, mas sim funcional. O que encaixa com o que, o que contribui pra que, como desintoxicar, balancear, e tudo sem sofrer - pelo menos pra mim que não sou muito preconceituosa na invenção gastronômico-integral, que amo frutas e saladas coloridas. Ver a comida como a energia que supre (ou falta) no corpo... como base de todas as necessidades e forças. Nada de novo até a gente conseguir colocar em prática de verdade e ver os efeitos também de verdade. Ela supervisionou uma redução drástica na quantidade de carboidratos e frituras da minha vida e a minha intensa imersão no reino dos integrais e da pouca fritura. Emagreci pouco - nem era esse precisamente o objetivo - mas perdi muita massa gorda, medidas e aprendi a mandar na bagunça que era meu sistema digestivo.

E aí estava eu no momento do embarrigamento em que me encontro agora. No começo, sem conseguir horário com ela, fui gerindo minha alimentação com um aumento desordenado de calorias. Sem escândalo, mas também sem método. [O chocolate do bolão recém-comido, no momento, causa movimentos estratosféricos de João em minha barriga - talvez queira manifestar algo... vamos ver se compreendo a linguagem fetal até o final do post.] No começo da gravidez, a vida, pelo menos pra mim e pra Aline, não foi nada fácil. Enjôo interminável, indisposição, muita dor de cabeça... Aline perdeu peso, eu não - sou dessas que termina namoro, fica desempregada e é despejada e sempre engorda, nunca emagrece. Fiquei chata, confesso! Até a consulta...

Naaaaaa consulta com ela - THE nutricionista, descobri que o aumento de calorias auto-decidido não era bom, nem suficiente. Muito surpresa, tive a feliz surpresa: comer! Muito mais do que imagina!!!! Pra uma pessoa que comia pouco carboidrato, mas que é doida por um pão, a felicidade foi imensa. Saindo do consultório, liguei pro marido e disparei "se vc tentar me acompanhar, tá f******, vai ficar obeso". Sorrindo pelas ruas, comparava as duas referências quanto a engorda gestacional que tinha até então (no 3º mês de gravidez): por um lado, Dr. Cuca Fresca, meu obstetra - com quem tudo é permitido - que me disse que poderia engordar até 20 kg; por outro, a nutricionista, um pouco nutricionista (além de oriental) demais, onde o campo saudável era entre 7 e 12 kg. A nutricionista ganhava referências positivas pois estava em seu 8º mês de gravidez - o que lhe dava mais crédito do que as que o próprio experiente obstetra gozava. [Ave! Post longo, e a reunião na sala ao lado chamando.]

Fui tocando, maravilhada com o mundo que se abria pela frente: arroz e feijão no almoço e no jantar e um sanduba de pão integral no final da tarde. Comi o que tive direito e claro, um pouco a mais. Até o 6º, tinha engordado 4 quilos, que me parecia bem razoável. Do 6º pro 7º a surpresa! 5 kgs!!!! Em um mês só. Pânico na Zona Sul! O que aconteceu?! Sei bem... andava comendo muito e engordando pouco - todo mundo dizendo "vc é só barriga, não engordou nada..." aquilo foi introjetando ni mim e eu fui me seduzindo pela oferta inegável do 2º prato, de mais um pedaço, outro pãozinho e BUM!!!! Toma essa! 5 kgs em um mês.

Fiquei encanadérrima. Minha nutri de licença curtindo horrores seu novo nenê e eu, ai de mim, desamparada! Solução: fome eu tinha, comer eu precisava - trata-se portanto de refletir sobre o que exatamente se come. Invés de pãozão, fruuuuutas, muitas frutas. Passei a levar pro trampo uma feira inteira: duas frutas pro lanche da manhã, mais duas pro da tarde. E continuidade nos exercícios (meio molengas) que me eram permitidos.

Daí hoje: obstetra! Muitas ansiedades e tantas outras curiosidades listadas e, sem fim, em mãos... entre elas, o peso - dei uma controlada? Vamos lá, pesa lá e... tan-tan-tan-taaaaaan - 700 gramas, minha gente!!! Su-real! Deu certo, rendeu frutos... os frutos... entende? As frutas renderam frutos... poucos e levinhos! Viva! Viva!

Portanto, no presente momento, entrando no 8º (Aaaaaaaaaaaaaaaaaaah! Me-dooooooooooooooooo!), engordei 9,7 kg. Estou dentro do que esperava de mim mesmo. Mas, fica a dica (pra mim mesma, diga-se de passagem): segue segurando a onda!!! Por que é agora que o nenê cresce mesmo e ganha peso mesmo... se aplica na fruta e segura no pão. Pra mim, precisei desse longo percurso, pra chegar nessa simples conclusão que repito: MANERA (mas não nega) NA MASSA E VAI FUNDO NOS VIVOS E FRESCOS (viva as frutas e os verdes e família)!!!

Finalizando, " lo juro"! Se alguém precisar de uma nutri é só falar que passamos o contato - a Aline vai nela semana que vem e pode dar um retorno do que ela achou tb. Ela acabou de voltar da licença e há de nos salvar da ignorância, principalmente, trazendo informações de quem cruzou a fronteira, e já tem um nenê no colo. Aliás, depois do nenê dela permitir, ela me ligou e me deixou a dica: "Sim, toma cuidado com o ganho de peso, mas calma também por que a amamentação dá super conta do recado - da perda do peso". E erguemos mais um Viva! a amamentação que é linda, linda, linda! E útil e saudável e emagrecedora e boniiiiiita de um tudo.

Fico por aqui... e um viva a Aline entrando no momento pancinha bonitinha da vida.

Torçam por mim que entro, receosa, ansiosa, esperançosa, feliiiiiiiz, no 8º mês. Voa, como voa! E há tanto por fazer, pensar, ler, saber... e não vai dar e VQV ( vamuquivamu) que na raça todo mundo vai!!!!

Fui!!!

(P.S.: Desculpem a quantidade enorme de palavras e de palavras inventadas. De vez em quando só elas dão conta da informação desejada.)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Reencontros

Hoje dei uma passadinha no meu antigo trampo pra assinar um contrato de um freela que fiz na semana passada.
Estranho... muito estranho reencontrar todas aquelas pessoas com quem trabalhei por praticamente 4 anos.
O que fez com que o encontro fosse mais gostoso foi o fato da empresa ter mudado de endereço: estão era em outro bairro, outra rua, outra casa, outros espaços... Acho que se ainda fosse na Rua Dante Carraro teria sido uma experiência no mínimo esquisita; muitas memórias boas... e muitas ruins também.
Mas foi bom, o acolhimento e o carinho foram grandes... Todos os "mais íntimos" daquela época - alguns que eu não via há mais de um ano - me davam parabéns pela gravidez... Parecia aniversário, quando você sente que toda a atenção do dia é sua.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço...

Bem...
Meu bebê está crescendo e começa a achar que é mais importante que qualquer outro órgão do meu corpo que esteja perto dele... (E sim, ele é mais importante...)
Portanto, começo a sentir que ele está ocupando todo o espaço possível e que todos os meus órgãos estão ficando em segundo plano.
Antes eu só sentia a bexiga apertada quando ela estava realmente cheia. Agora essa sensação dura praticamente o tempo inteiro e não é mais um incômodo localizado... É desde a altura das costelas até um palmo abaixo do umbigo... 
Ser mãe: trabalhinho difícil esse que as mulheres precisam fazer não?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Profissionais de saúde

Falta de amor pela profissão, frustração e incompetência.
Acho que essas três características definem muito bem alguns médicos de hoje em dia... Pensando bem, não é de hoje que alguns desses profissionais da saúde vêm interferindo negativamente na minha família.
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Há uns 10 anos atrás, numa atividade do trabalho - acho que era um encontro de formação com o pessoal da educação ou da assistência social; aqueles encontros com dinâmicas de grupo, coisa e tal - minha mãe se desequilibrou e caiu em cima da mão.
Corre pro hospital público mais próximo, faz o cadastro com a carteirinha do convênio e espere pra ser atendida pelo médico de plantão.
Ao entrar na sala, ele dá uma olhadinha, dá uma mexidinha e manda engessar - e só!
No dia seguinte a dor é maior ainda.
Agora "com tempo" ela vai até uma clínica de ortopedia. Tira o gesso, faz raio-x e o médico avisa que o gesso havia sido colocado completamente errado!
Final da história: por causa de um primeiro erro, ela teve que ficar seis meses com mão e braço engessados.
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Contei essa história toda porque ela me veio na cabeça no momento que descobri que meu ex-gineco-obstetra era um médico incompetente e frustrado, pois só isso pra justificar suas atitudes, orientações e postura para com as pacientes -  e o Sil é testemunha disso tudo.
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Acontece que há 5 anos eu faço exercícios físicos puxados: aula de spinning de 3 a 4 vezes por semana.

O Spinning é uma modalidade de bike indoor que se caracteriza pela simulação de pedaladas em diferentes tipos de terreno e pelo trabalho em vários níveis de freqüência cardíaca do aluno. O professor escolhe as músicas das aulas, que servem para passar emoção e ajudar o aluno a "sentir a estrada" em que se está pedalando.

Como toda futura mãe responsável, na primeiro consulta com o tal doutorzinho, pergunto sobre a prática de exercícios físicos explicando como eram minhas atividades até aquele momento. Eu já sabia que teria que abrir mão das minhas aulas de spinning, mas não achei que fosse ter que abrir mão até de andar rápido pra pegar o ônibus!

- Não! Nada de exercícios até a 16ª semana.
- Caminhada leve pode Doutor?
- Não! Passear no shopping pra gastar o cartão de crédito do namorado, sim. Mas só!

Espirituoso, não? 
Bem, como eu ainda não havia lido quase nada sobre gravidez, nem conversado com muitas pessoas, acatei a decisão do médico sem discutir.
Porém, com o tempo, fui descobrindo que sim, gestantes ainda no primeiro trimestre podem fazer exercícios! E se vc já os fazia - e não se enquadra na categoria "gravidez de risco" - pode continuar normalmente a fazê-los (com acompanhamento médico)! 
Resultado: perdi 4 meses de exercícios...
Agora me diz? Qual a formação desse cara? O que o faz um médico dar uma orientação tão errada? Pelo que agora entendo, exercícios são, inclusive, fundamentais pra gestante manter a forma, fortalecer os músculos e contribuem ao máximo pra que a gestação fique mais "leve", o parto seja mais tranquilo e a recuperação aconteça mais rapidamente.
Só fui ter segurança pra voltar a praticá-los quando trocamos de médico - agora é uma médica - e ela me disse "Claro que pode! Ainda mais que está tudo tranquilo, seus exames estão ok e você já praticava exercícios".
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Moro ao lado de um parque  - Parque do Piqueri - e na terça-feira foi o primeiro dia. Caminhada moderada de 45 minutos. Estava tão frio que não deu nem pra transpirar, mas só de voltar a mexer o corpitcho de alguma maneira já é uma sensação deliciosa!
A idéia é caminhar de 3 a 4 vezes por semana, bem de manhazinha, quando o ar é "menos poluído" - o que é bem difícil de identificar aqui em São Paulo. 
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Hoje é sexta-feira e na verdade ainda não consegui voltar ao parque. Essa semana foi muito corrida no trabalho, então acabei abrindo mão de me cuidar. 
Mas agora que sei que posso "botar pra quebrar moderadamente", irei regulando a rotina aos poucos.
Alguém aí topa uma caminhada?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Outras cegonhas...


Quando criamos este blog tínhamos  em mente descrever todas os sentimentos e experiências que acontecessem em nossas novas vidas desde agora ad infinitum. 
Mas gostaríamos também que aqui fosse um espaço para compartilhar emoções e vivências - tão especiais quanto - de pessoas queridas...

Virno, um grande amigo, compartilhou conosco como foi o (re)nascer de sua família.

Pedi autorização à ele pra que eu pudesse compartilhar com vocês esse relato tão intenso... Segue na íntegra: 

Amig@s...

penso e pensei tantas coisas - rabisquei, apaguei, reescrevi, escrevi - e ainda não tenho a dimensão do que tenho (e temos) vivido desde a chegada de Aurora neste plano, dia 19 de julho, as 08:49h.

Ândrea e eu tínhamos uma convicção: Aurora chegaria quando achasse que estivesse preparada, ao seu tempo, da maneira mais natural e "primitiva" possivel. Das contrações ritmadas ao parto, passaram-se mais de 12h. E digo: estas horas transformaram para sempre minha e nossas vidas. Mistura-se o mítico, o racional, a coerência, a falta de, nossos sentidos e sentimentos, crenças, espiritualidade etc.

Nada mais rock and roll que estar, presenciar e participar de uma gestação. Nada é mais intenso, mais prazeroso, intenso e transgressor que isto. Aurora chegou de parto natural, com mínimas intervenções e, sobretudo, o respeito às decisões consentidas entre nós e a equipe que nos acompanhou durante a gestação, escolhidos por um único fator que nos moveu e move: a humanização nas relações, o respeito e a reciprocidade. Estes profissionais deixaram de ser a obstetra, a doula, a parteira, o pediatra, a fonoaudióloga e tornaram-se, para sempre, nossos amigos. Uma relação intensa, baseada num princípio fundamental em uma gestação: confiança.


Ao presenciarmos os relatos e as fotos da Semana de Apoio ao Parto Normal, em um dos relatos, encontrei um significado para o que vivi nestas 12 horas e durante toda a gestação: ao nascer Aurora, não apenas ela nasceu, mas nasceu alí, um novo homem e uma nova mulher. Isto é real.


Já tivemos noites de pouquíssimo sono, de muitas dúvidas e algumas certezas mas, acreditem: isto pouco importa no momento que você está com seu filho nos braços. Precisamos desta reclusão nos primeiros dias da chegada de Aurora, tudo e nada mudam. A relação com o tempo transforma-se por completo. A única coisa que soube nestas duas semanas foi que o técnico de meu time assumiu a Seleção Brasileira, para a sorte do Corinthians e azar de uma nação...


Depois de 3 dias de sua chegada, Aurora curtiu alguns dias "dentro de sua segunda espaçonave" - uma fototerapia que não a incomodou em nada. Ainda aprende a mamar, afinal, tinha tudo à mão no aconchegante lar no útero de sua mãe. Neste aprendizado, Andrea e eu também temos aprendido muito. Particularmente, da necessidade de reunir forças e uma certa reclusão necessária, nem tanto física mas, sobretudo, espiritual.


Agradeço, de coração e alma, aos gestos de carinho, de amor, de amizade e tudo mais que nos enviaram nestes dias. Somente agora tive condições para demonstrar nossa gratidão e amor. Ficaremos super felizes em recebê-los em nossa casa e compartilharmos desta experiência - pedimos apenas mais alguns dias até que a amamentação de Aurora esteja regulada. É o momento de celebrarmos!


Aproveito para desejar "uma boa hora" para o efeefe (Felipe Fonseca) e, em especial, as queridíssimas Aline Cortes e Mariana Moura. O que desejamos durante toda a gestação - que Aurora chegasse a seu tempo, feliz, saudável e perfeita, é o mínimo que podemos desejar a vocês. Contem conosco para o que quiserem!


E aproveito também para divulgar os espaços que incentivam o parto humanizado, fundamentais em nossas escolhas e princípios:

http://www.mamaedahora.com.br/
http://www.casamoara.com.br/
http://www.maternidadeativa.com.br/
http://www.partodoprincipio.com.br/
http://www.primaluz.com.br/
Beijos a tod@s, recheados de boas energias, vibrações e, como diria Cazuza, "todo amor que houver nesta vida".

Virno (Tico)

Ândrea
Aurora Chernioglo Virno
Frida (que esteve ao nosso lado a todo instante no trabalho de parto) 

Obrigada Virno por, no meio desse "furacão" todo, ter o carinho de citar meu nome e me desejar energias boas...
Parabéns pela filhota!
E bora trocar figurinhas! rsrsrs