segunda-feira, 27 de maio de 2013

De carona no cinema - Chocolate

Veja dicas de outros filmes que tenham participações relevantes de bebês ou crianças ali no cantinho esquerdo do blog. Saiba mais sobre o projeto, aqui.

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Se uma pessoa de dieta assistir Chocolate, terá duas opções: aguentar firme e dormir, para não pensar no doce, ou sair do regime e correr atrás de uma loja de ‘chocolates finos’, porque as cenas na cozinha pedem um pouco mais do que uma simples barra de chocolate ao leite da Nestlé. Eu juro que consegui sentir cheiro do cacau adocicado saindo da televisão.

Mas vamos direto ao assunto.

Um dos motivos deste filme estar no ‘De carona no cinema’ se deve à participação de Anouk, filha da personagem principal. Fui pesquisar o significado do da palavra indígena e encontrei ‘ursa prenha’ em várias fontes. Sinceramente, não sei o que uma coisa tem a ver com a outra; não encontrei nada falando sobre a escolha do nome da menina. Ela protagoniza algumas poucas cenas, mas revela nestas cenas uma característica que não tenho visto mais nas crianças de hoje: possui um amigo imaginário e precisa defendê-lo do restante das crianças da cidade onde mora. Ela também participa de uma cena importante: cansada de estar sempre mudando de cidade e sem conseguir criar laços duradouros por conta disso, Anouk demonstra grande resistência quando a inevitável mudança se apresenta novamente. Esta típica – e justificável - ação de teimosia da criança causa impacto no restante do filme.

Temos também algumas cenas com um menino que possui um dom muito especial: este dom o ajuda a se aproximar de sua avó e assim fazer sua mãe ver a vida com outros olhos.

Meu marido diz que eu uso muito a palavra ‘lindo’ pra definir coisas que gosto, e dessa vez não será diferente: Chocolate é um filme lindo! Eu prefiro dramas complexos e roteiros com idas e vindas, portanto este filme cai melhor para aqueles dias onde você quer relaxar e ver uma história mais leve, mesmo com uma pitada de drama. Tem uma trama até que interessante, mas a apreciação maior é em relação à fotografia, aos cenários, à trilha musical e às cenas de chocolate, claro!

 
Título original: Chocolat
Director: Lasse Hallström
Writers: Joanne Harris (novel), Robert Nelson Jacobs (screenplay)
Ano de produção: 2000
Lançamento: 16 de fevereiro de 2001
Duração: 2h 1min 
Gênero: Comédia , Romance, Drama
Nacionalidade: Reino Unido , EUA
Orçamento: US$ 25 milhões


Sinopse

Vianne Rocher (Juliette Binoche), uma jovem mãe solteira, e sua filha de seis anos (Victorie Thivisol) resolvem se mudar para uma cidade rural da França. Lá decidem abrir uma loja de chocolates que funciona todos os dias da semana, bem em frente à igreja local, o que atrai a certeza da população de que o negócio não vá durar muito tempo. Porém, aos poucos Vianne consegue persuadir os moradores da cidade em que agora vive a desfrutar seus deliciosos produtos, transformando o ceticismo inicial em uma calorosa recepção.

 
Elenco


Lena Olin - Josephine Muscat
Juliette Binoche - Vianne Rocher
Johnny Depp - Roux
Judi Dench - Armande Voizin
Alfred Molina - Comte de Reynaud
Peter Stormare - Serge Muscat
Leslie Caron - Madame Audel
Carrie-Anne Moss - Caroline Clairmont
Guillaume Bierot - John Wood
Father Henri - Hugh O'Conor
Didi Drou - Gaelan Connell


Curiosidades:

Johnny Depp plays guitar in this movie in three scenes, and also does on two songs on the soundtrack (the first and last tracks).

The French town of Flavigny-sur-Ozerain, where most of the movie was filmed (except for scenes on the water), does not have a chocolatier. However, it is the home of l'Abbaye de Flavigny; the abbey makes anise (and other flavored) candies that are sold worldwide in little tins decorated with flowered designs and copies of old engravings. Unfortunately, the factory does not allow visitors.

The film's three main stars are all previous nominees for Best Supporting Actress (Juliette Binoche - O Paciente Inglês, Judi Dench - Shakespeare Apaixonado, Lena Olin - Inimigos, uma História de Amor). Binoche and Dench are both winners in that category, and were both nominated for this film.

Anouk's imaginary kangaroo's name is spelled Pantoufle, not Pantouf. This is clear in the closed-captioning. Pantoufle means "slipper" in French (this makes slightly more sense in the book, where Pantoufle is a rabbit).

According to the audio commentary on the DVD, Johnny Depp doesn't like the taste of good chocolate - he prefers the cheap Easter bunny type.

Juliette Binoche went to a chocolate shop in Paris to learn how to make chocolates. Some of the chocolates she made were used in the festival scene.

Some of the extras used in the movie were from the town.

In the scene where Pere Henri is dancing, Alfred Molina was originally supposed to walk down the steps and see him. However, because he actually had a hurt toe, he just stood there instead of walking down the steps.

According to the audio commentary on the DVD, in the scene where Vianne throws her mother's ashes into the wind, telephone lines had to be digitally removed as the camera pans over the village.

Although a large portion of the film was shot in France, Johnny Depp never actually filmed any of his part there (despite his home being in France).

In several of the kitchen scenes, you see a woman's hands stirring chocolate. These are not Juliette Binoche's hands, but an extra's. Vianne's bracelet was added to make it look like her.

The man that Josephine dances with at the party is a flamenco dancer.

The boat on which Vianne and Roux have their love scene was built on a stage and then physically rocked to mimic the water. When the outside of the boat is shown after they kiss, the shadowy figures were added digitally.

Roux's boat, Reine (Queen) Tora, is named for the director's daughter Tora.

It is Johnny Depp and Juliette Binoche jumping in the water themselves (despite having stunt people). It was reportedly freezing and muddy. But in the close up shot of Juliette's face in the water, the man pulling her is not Johnny. This was shot in a water tank.

The cemetery which overlooks the town is not real and was created for the film. Also, there is no river adjacent to Flavigny.

Some of the filming in Chocolat took place at a small farm in Bruton, Somerset, UK for its "French rural feel."

Although Johnny Depp lives in France, he doesn't appear in any of the scenes shot in France. All of his scenes were filmed on set or on location in England. All of Judi Dench's scenes were filmed in England. The DVD commentary notes that her husband was very ill during the shoot, and it was important for her to be close to home.

Gwyneth Paltrow turned down the role that went to Carrie-Anne Moss.


Referências:
http://www.imdb.com/title/tt0241303/?ref_=fn_al_tt_1
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-27052/

terça-feira, 21 de maio de 2013

Realidade e imaginação

Faz certo tempo que Luna vem desenvolvendo uma relação diferente com o brincar. Até seus dois anos, a boneca era só um objeto que ela gostava de carregar e abraçar; quando terminávamos de ler um livro, a história ficava toda dentro dele assim que era fechado; as relações familiares eram “tradicionais”: eu era a mãe, ela, a filha, Silvio era o pai e minha mãe, a avó.

De alguns meses pra cá fui notando que ela passou a criar brincadeiras e que sua imaginação começou a experimentar. Acredito que todos que estão próximos dela sempre possibilitaram ambientes onde ela tinha liberdade para se expressar, tanto em casa, como na escola ou nas casas das avós.

Aposto também que o afeto tem papel fundamental nessa “tradução do mundo real”, pois de nada adiantaria estimular o lúdico de forma automática e sem envolvimento carinhoso dos cuidadores. Por exemplo: faz algumas semanas que Luna resolveu inverter os papéis: agora ela é a mamãe e nós somos seus filhos. Ela sempre foi muito carinhosa, mas a maneira como se comporta quando está no papel de mãe me espantou desde o começo: é um abraçar e beijar constante, sempre pede que deitemos e nos nina com músicas e afagos. Acho que isso só acontece, pois ela vivencia este tipo de relação desde que nasceu; ela imita gestos e comportamentos que são comuns no seu dia-a-dia e que já estão internalizados. “O que dá vida à criação e ao brincar infantil é o mundo interno de desejos e sentimentos da criança.”

Outra situação recorrente em casa é a transposição do livro para as brincadeiras em família. Sempre lemos histórias diversas, alguns clássicos conhecidos e outras de autores novos. Mas desde o começo Luna se encantou – se esta for mesmo a palavra certa – pela personagem do Lobo Mau. Quando sentávamos na cama pra ler, o primeiro livro que pegava era Os Três Porquinhos. Como em casa não sabemos contar uma história sem “entrar nas personagens”, acabamos dando certa vida a todos eles, inclusive ao vilão: a voz é grossa e os sopros nas portas fazem voar os cabelos de Luna. E eis que a pequena começou a falar no assunto, mesmo quando estávamos entretidos com outra coisa. Primeiro apontava todo canto escuro dizendo que o “lobo” estava ali; não tinha um tom de medo na voz, mas a lembrança era constante. E a saída foi explicar que o tal do Lobo Mau mora somente nas histórias; que nas florestas temos os lobos, mas aí é diferente. De uns tempos pra cá, ela começou a lidar com a história de outro jeito, agora ela era o peludo: olha pra gente com cara de brava, mostrando as “presas”; “garras” na frente do corpo. E foi natural, não uma sugestão nossa. A gente, claro, entra na brincadeira. Segundo a Dra. Vanda Cristina Moro Minini, os “temores de uma figura imaginária amedrontadora, formada em sua mente a partir de seus próprios impulsos e sentimentos, podem ser enfrentados em uma brincadeira de monstros e fantasmas”.
Recentemente a menina com a capa vermelha também entrou na lista das histórias preferidas, e novamente o lobão voltou a aparecer. Outra coisa interessante que a Dra. Vanda diz é que, “embora no faz de conta exista a fantasia e a imaginação, ela só se torna presente por que existem elementos da realidade circundante, que é decisiva para o surgimento da brincadeira.” Ou seja, as histórias são fantasia, mas como os livros (com figuras) - no caso de Os Três Porquinhos – e o teatro – no caso de Chapeuzinho Vermelho - existem no mundo real, Luna não sabia se aquilo existia mesmo ou se era fantasia; e agora, que está começando a compreender, acabou “entrando na personagem”.   
              
Da mesma forma que me preocupo muito em criar ambientes lúdicos e passar o maior tempo possível com Luna realizando atividades construtivas, sei que preciso praticar intensamente o exercício do desapego e deixar a cria brincar sozinha; não sei direito lidar com essa necessidade das crianças e fico achando que ainda preciso estar o tempo todo junto. Estou tentando, estou tentando... Mas às vezes acontece sem querer: eu e Silvio precisamos cuidar da casa ou trabalhar e Luna acaba tendo que ficar brincando uns minutinhos sem nossa participação na sala ou no quarto. E em momentos como estes percebo que ela cria situações onde se expressa através de seus brinquedos; sinto que ali ela reflete através de bonecas, carrinhos e outros objetos, diferentes experiência que já teve com o mundo e com seus próprios sentimento e pensamento; fala muito sozinha e com seus brinquedos; e assim cria novos elementos, constrói novas realidades a partir de suas necessidades. Ali ela pode ser quem ou o que quiser.

Aurélia Regina de Souza Honorato diz que “mesmo que uma vivência seja fantasiosa, o sentimento que ela traz é da realidade. São os sentimentos influenciando a imaginação e a imaginação influenciando os sentimentos”. Concordo plenamente!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Atenção, aceitação, apreciação, afeto e autorização


Ele veio numa terça-feira à noite, no meio de uma brincadeira. Foi falado de forma simples, colado à frase “Pega o pente?”. O tom de voz era como de alguém que conta o que comeu no almoço. Foi dito enquanto eu tentava me levantar, de costas pra ela.

Meu primeiro “Te amo, mamãe”. Assim, espontâneo.

Duvidando da capacidade da minha filha em expressar sentimentos, na hora eu achei que tivesse ouvido errado e tive a pior reação que alguém poderia ter ao ser presenteado com uma demonstração de sentimentos tão grande: disse que não tinha entendido e perguntei o que ela havia dito. Foi nessa hora que Luna chegou perto e sussurrou novamente no meu ouvido as palavras que temos dirigido a ela há tanto tempo.

A tal da reação histérica define bem meu estado. E só tenho certeza de que não assustou a pequena, pois o “Te Amo” voltou a aparecer outra vez naquela noite.

Sempre me perguntei em qual momento da vida a expressão do amor (verbalmente falando) começava a fazer sentido para as crianças. Eu tentava descobrir como explicar o que significavam aquelas palavras quando eram dirigidas a minha filha. Sabia que um dia isso aconteceria, que um dia eu ouviria dela o som mais doce do mundo; mas tão cedo assim?! Se muitas vezes nós adultos confundimos sentimentos e expressões, o que dizer de alguém que tem contato com este mundo há tão pouco tempo? Cada dia mais temos que deixar de subestimar os pequenos no que diz respeito à inteligência e esperteza, e neste dia tive a prova de que precisamos acreditar na sua capacidade de sentir e demonstrar.

Mas fico pensando se o gesto da Luna foi realmente gratuito. Já ouvi teorias de que toda criança ama sua mãe, no matter what; que a mãe sempre vai ser a pessoa que a criança deseja que esteja junto, que a conforte.

Descobri uma “teoria” mais interessante e que faz muito mais sentido pra mim. Segundo o psicólogo David Richo, “Nós nos sentimos amados quando recebemos atenção, aceitação, apreciação, afeto e quando nos é permitido ter a liberdade para viver de acordo com as nossas necessidades e desejos mais profundos (autorização); os cinco ‘as’ que tornam as palavras ‘eu te amo’, verdadeiras”.

Daria pra discorrer sobre cada um desses ‘as’, mas não vem ao caso agora. Só sei que, se isso for mesmo verdade, acho que estamos possibilitando que Luna se desenvolva de uma maneira saudável e feliz; podendo assim demonstrar seu amor com espontaneidade.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

De carona no cinema - Uma babá quase perfeita


Veja dicas de outros filmes que tenham participações relevantes de bebês e crianças ali no cantinho esquerdo do blog.Saiba mais sobre o projeto, aqui.
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Do meu ponto de vista, quando somos criança, achamos muito mais graça em coisas que podem nem ser tão engraçadas assim.

Assisti Uma babá quase perfeita um ou duas vezes na vida e isso foi há uns quinze anos. Lembro-me de poucas partes com clareza, mas ao olhar para as fotos deste filme, vem aquela sensação gostosa de ter rido horrores quando era criança.

Robin Williams é um gênio. Patch Adams, Sociedade dos Poetas, Amor além da vida, Jumanji, O homem bicentenário, Hook – A volta do Capitão Gancho: como não amar?!

Minha ideia inicial era assistir de novo antes de fazer cada post, mas como não tem sido possível, deixo a dica mesmo assim.

Título original: Mrs. Doubtfire
Duração: 2h 6min
Dirigido por Chris Columbus
Gênero: Comédia, Drama
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 1993
Orçamento: US$ 25 milhões


Sinopse

Daniel Hillard (Robin Williams) está passando por uma fase complicada, acaba de se separar de Miranda (Sally Field) e perdeu o seu emprego. Impedido pela ex-esposa de passar mais tempo com os filhos, ele tem uma ideia inusitada para recuperar a relação com as crianças. Daniel veste-se como uma senhora idosa escocesa e tenta conseguir o cargo de babá no seu antigo lar.
 

Elenco principal

Robin Williams ... Daniel Hillard / Mrs. Euphegenia Doubtfire
Sally Field ... Miranda Hillard
Pierce Brosnan ... Stu Denmeyer
Harvey Fierstein ... Frank
Polly Holliday ... Gloria
Lisa Jakub ... Lydia Hillard
Matthew Lawrence ... Chris Hillard
Mara Wilson ... Natalie Hillard
Robert Prosky ... Mr. Lundy
Anne Haney ... Mrs. Sellner
 

Curiosidades

Além de protagonizar Uma Babá Quase Perfeita, Robin Williams foi também um dos produtores do filme.

O Roteiro de Uma Babá Quase Perfeita é baseado no romance Aliás Madame Doubtfire, de Anne Fine.

O sotaque da Sra. Doubtfire foi inspirado em Bill Forsyth, um diretor escocês que trabalhou com Robin Williams.

A maquiagem da Sra. Doubtfire levava cerca de 4h e meia por dia.

Quando a família Hillard está procurando uma substituta para a Sra. Doubtfire, várias babás entrevistadas eram membros da equipe de produção do longa.

Este foi o primeiro filme realizado por Robin Williams e o diretor Chris Columbus. Mais tarde eles reprisariam a parceria em Nove Meses (1995) e O Homem Bicentenário (1999).

In real life Robin Williams divorced his wife in order to marry his nanny. In this film he divorces his wife and becomes her nanny.

Toward the end of the movie when Mrs. Doubtfire is filming her television show, the mailman who comes to the door can be heard saying he has a letter from Katie in Youngstown, Ohio. Director Chris Columbus is from Youngstown, Ohio.

The character "Mrs. Doubtfire" was first performed by Robin Williams at a show Andy Kaufman did at Carnegie Hall. Williams pretended to be Kaufman's grandmother.

The puppet "Kovacs" (on Mrs. Doubtfire's TV show) is named after pioneering comic Ernie Kovacs.

According to one biography, Robin Williams decided to test out the believability of his Mrs. Doubtfire character during filming by going, as Mrs. Doubtfire, into an adult bookstore and making a purchase. He was able to do so without being recognized.

While extracting the false teeth from the wine glass, Mrs. Doubtfire jokes "Carpe Dentum... seize the teeth." This echoes "Carpe Diem... seize the day", Robin Williams' recurring phrase from Sociedade dos Poetas Mortos.

The address given by Miranda while on the phone with Mrs. Doubtfire is the actual physical address of the Hillard house used for the filming of the movie. 2640 Steiner St.

The scene where Daniel knocks down the prosthetic mask and it goes flying out into the street, required over 50 takes.

The prosthetic mask used by Robin Williams in the film was actually a prop. The real makeup was made up of eight separate pieces.

Known for his trademark spontaneity of improvisation, Robin Williams was given free range by director Chris Columbus to do what he needed. However, his improvisation can occasionally spark off numerous references to other works that prove to be legal headaches for movie studios. The scene where Daniel speaks with his wife and refers to her clothes as "this lovely Dança com Lobos motif", required legal clearance for the studio to put it in the film. Associate producer Paula DuPré Pesmen later kept track of every reference Williams made while improvising.

During the scene when Mrs. Sellner comes to inspect Daniel's apartment and Daniel/Mrs. Doubtfire is serving her tea, the icing on his/her face is melting off. This was not intentional. The heat from the set lights melted the icing on his face and Robin Williams improvised the bulk of that scene.

In the scene where Mrs. Doubtfire is reading a story, the story she is reading is Stuart Little, and the part she reads is from "Chapter 1: The Drain"

Robin Williams used much of his real childhood nanny to characterize Mrs. Doubtfire. When British tabloids found this out, they went looking for his former nanny. They found his real nanny, "Lolly", in a Michigan nursing home, and the reporters and photographers flocked to the little town to get an interview with her. Lolly balked at the attention and downplayed her impressive role. (The reporter found out Lolly had in fact been a nanny to other Hollywood celebrities, including Mr. and Mrs. Lyle Waggoner.) As a result, the local newspaper ran a story of Lolly with the heading "The Real Mrs. Doubtfire".


Referências
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-9257/
http://www.imdb.com/title/tt0107614/?ref_=sr_1

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Papel com afeto

Aprendi muita coisa na vida com minha mãe, e uma delas foi a importância dos pequenos gestos de carinho. Estou falando daqueles pequenos, que não custam nada, mesmo. Mas é o tipo de coisa que a gente não absorve de um dia pro outro. Quando eu era nova e achava que sabia sobre a vida, em discursos maternais quando o assunto era este, balançava a cabeça bem rápido pra conversa acabar logo, concordando que ela (a mãe) tinha razão; naquele dia, fazia de um jeito diferente e depois era como se esquecesse o valor daquele gesto, como se ele escorresse pelo ralo enquanto tomava banho.

Na correria do dia-a-dia, na falta de tempo (e de cuidado) pra ter um olhar mais atento com o outro, fazemos escolhas automáticas e focamos em dar conta apenas de obrigatoriedades. E que atire a primeira pedra quem nunca fez isso. Mas se tem uma coisa que minha mãe sabe ser é persistente. Mesmo agora, que também sou mãe, ela não deixa de me mostrar o caminho do afeto e ensinar o que realmente importa nesta vida. E eu preciso novamente balançar a cabeça, mas agora bem devagar, absorvendo cada palavra e me esforçando de verdade pra levar isso pra vida.

Quando Luna começou a freqüentar a escola, tudo isso se traduziu num gesto bem simples. A primeira data comemorativa escolar foi o Dia dos Professores. Pra começar, precisei de ajuda da mãe de segunda viagem (a minha) para comprar os presentes; e nada como alguém experiente no assunto pra saber como agradar profissionais que conhece tão bem. Presentes, no plural mesmo, já que devo uma grande parte dos cuidados e do desenvolvimento da minha cria à duas berçaristas, à auxiliar, à cozinheira, à coordenadora pedagógica, à diretora (e amiga) e ao segurança da escola.

Quando minha mãe entregou as encomendas, mandou junto um pedido muito sutil, com ênfase em palavras que tinha certeza que me deixariam sem escapatória: “Faça um cartão e escreva um agradecimento pessoal para cada um daqueles que cuidam tão bem da sua filha.” Se era bem a verdade, o que eu poderia dizer? Com muita um pouco de preguiça (confesso!), balancei a cabeça bem devagar e corri pro maridão, pedindo um job de última hora pro melhor designer que conheço. Como Silvio se dedica com todas as células do corpo a tudo que se empenha em fazer, o resultado não poderia ter sido outro. O texto, acabei escrevendo no verso do cartão:



Desde então, todas as lembranças comemorativas que Luna entrega na escola vão acompanhadas de um pedaço de papel que torna aquele objeto embrulhado “especial”, pelo menos pra mim. Peguei muito gosto pela coisa e roubei do marido a função. Claro que não fica igual, mas tenho tido um prazer enorme em desenvolver a arte (ui! artista!), escolher a foto e pensar no texto.




Por mais simples que seja, é um tempo que paro e me dedico a fazer algo com afeto, pensando naqueles com quem Luna passa a maior parte do dia. Ainda tenho muito – muito! – o que aprender sobre este assunto, mas de uma coisa tenho certeza: meu arquivo com montagens de cartões comemorativos crescerá a cada ano.