terça-feira, 24 de agosto de 2010

O lado esquecido do armário

Mais dia menos dia isso acabaria acontecendo: as minhas calças preferidas seriam realocadas para um canto isolado do armário, canto esse onde eu só voltarei a mexer daqui alguns meses - caso tudo dê certo...

E hoje foi o dia da decisão...
(PS: comecei a escrever este post tem mais de uma semana)
Algumas delas não eram mais confortáveis faz um certo tempinho, mas eu teimava em usar (abrindo o botão sempre que sentava e cobrindo a parte aberta com a blusa). Shiu! Isso é segredo, afinal, não é digno uma futura mãe de família ficar com a calça aberta onde quer que seja. 

Mas é difícil se acostumar com a idéia. Sempre achei meu quadril largo demais, por causa disso só fui começar a usar calça skinny - modelo que dá uma suuuuuper valorizada nas curvas do corpitcho - no ano retrasado, quando a minha relação com meu corpo entrou numa certa estabilidade. E como esta estabilidade durou até então (então = julho, quando a gravidez começou a fisicamente aparecer) está sendo bem (BEM) difícil aceitar que terei que deixar minhas roupas preferidas isoladas num canto do armário e voltar a usar as antigas calças "largas".
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Pra ajudar: estava fazendo uma pesquisa de imagens para colocar neste post e achei o site de uma marca de roupas para gestantes.
Uma calça jeans simples, com elástico pro barrigão, pela bagatela de 258 reais.
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O.o
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DUZENTOSECINQUENTAEOITOREAIS
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Como devo ter feito muitas boas ações na vida passada, Deus quis que o auge da gravidez fosse no verão - segundo os médicos, meu pequeno parasita virá ao mundo entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira de janeiro ("estragando" as férias de toooodo mundo, uhu!) - ou seja, a minha coleção de vestidinhos soltinhos e confortáveis irá aumentar incrivelmente!E vestidos pro verão a gente acha aos montes por aí! E viva a José Paulino!


Pedala padrinho... ou... A suspeita do primeiro chute

Meu pai passou um mês fora, trabalhando nos States; voltou no domingo...
Quando ele saiu de casa minha barriga estava praticamente reta ainda, quando eu contava para alguém que estava grávida, geralmente recebia olhares suspeitos.
Agora já posso me considerar uma super gravidinha: hoje, dia 24 de agosto, meu concepto está com 16 centímetros e pesa 260 gramas (segundo a newsletter do site bebe.com) e cresce em progressão geométrica.
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Como meu velho não havia visto a que ponto seu neto tinha crescido, em casa, no domingo mesmo, depois de passada toda a agitação da volta do chefe da família, minha mãe me puxa de lado e lança:
- Você já viu a barriga da sua filha?
E foi logo levantando minha blusa.
Meu irmão - THE godfather - interfere:
- Não! Se a Li deitar dá pra ver melhor.
Sento no sofá e reclino o encosto. Meu irmão se ajoelha ao meu lado, levanta um pedacinho da minha blusa e encosta a bochecha na minha barriga, com o rosto virado pra mim.
No segundo seguinte eu sinto um "pedaço da barriga sendo empurrado de dentro pra fora" (essa foi uma boa descrição de um possível chute?) e meu irmão deve ter sentido algo como um cutucão na bochecha. A gente se olhou com a maior cara de espanto do mundo e dissemos quase ao mesmo tempo:
- Isso foi um chute?!
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Caros amigos leitores, foi "um dos" milésimos de segundo mais gostosos da minha gravidez. Claro que o ultrassom é incrível - poder ser seu bebê ali se mexendo - mas uma coisa é saber que tem uma vidinha aqui dentro se formando, outra coisa - e agora entendo que é completamente diferente - é SENTIR essa vida, sentir literalmente na pele.

Uma pena que não foi o Sil quem sentiu o prmeiro chutinho, mas padrinho é quase um pai de consideração, certo?
E além da gente ainda não morar junto e trabalhar fora - portanto não ficar junto 24 horas por dia - a gente sabe que mãe tem privilégios emocionais e experimentais desde o momento da concepção, já que é impossível que o lado paterno sinta durante a gravidez o que a mãe sente (óbvio) e que, pelos menos até os primeiros meses de vida, a mãe tem muito mais contato com o herdeiro...

Ser mãe é padecer no paraíso...