terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

07.02.2012 - Quando a cegonha levantou vôo...


Em 20 de julho de 2010 Luna já estava com 15 semanas, dentro da minha barriga. Meu primeiro post aconteceu neste período; e ele começa assim:

“Entro hoje (segundo os cálculos dos médicos) na 15ª semana de gravidez decidida a, finalmente, compartilhar com amigos e conhecidos essa nova fase da minha vida e todas as dores e prazeres pelos quais estou passando. Meio tarde, eu sei, mas ainda tenho quase 6 meses pela frente e vou "tentar" recuperar o tempo perdido. A história do blog começou assim:

Tenho uma amiga no trabalho que está "mais grávida do que eu". Numa conversa com ela ontem, perguntei como ela estava "registrando" tooooodo esse turbilhão de sentimentos e acontecimentos desses seis meses de gravidez. Ela disse que escreve em um caderno, com direito à canetinhas coloridas, desenhos e colagens.
Fiquei me sentindo uma mãe desnaturada; a única coisa que fiz até agora foi tirar foto da barriga nessas últimas duas terças-feiras (e assim será toda terça-feira!)
e subir meu e ultrassom no Youtube.
Decidi começar um blog, pronto! Nunca tive lá uma grande tendência a escrever sobre a minha vida, mas fico pensando na minha infância: minha mãe é uma aficionada por fotografar a família, viagens, aniversários e tudo mais, então tenho tanto registro e tanta memória visual que dá gosto. Volto no tempo - ano a ano, quase mês a mês - cada vez que começo a virar as páginas dos álbuns de fotografia aqui de casa. E quero fazer igual ou melhor agora que a mãe sou (porque já sou!) eu.

Fotos e vídeos estarão mais do que garantidos! O tal "casa de ferreiro, espeto de pau" não terá vez nesta família! Mas escrever já é outra história... Leva um tempo maior, uma
dedicação maior. É um baita exercício de se olhar, olhar o que está fora e o que está dentro, nossa!!!

Mas vamo que vamo!!! E outra! Terei uma super ajuda - assim espero - da outra metade responsável por tudo isso. Silvio, o papis d@ pimpolh@ - também irá dar as caras por aqui... Não garanto freqüências semanais nem coisa do tipo, mas prometo atualizar sempre que possível.”


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Confesso que não sinto grandes vontades de reler o que escrevi no passado. A gente muda demais ao longo da vida e ao reler o que já escrevi acabo achando aquilo uma mistura entre engraçado, vergonhoso, bizarro, fofo e inteligente. Um ano e meio atrás não é um passado lá tão distante, mas nesse meio tempo passei por uma gestação e fui mãe de uma princesa que hoje já tem (sim, já!) um ano e 25 dias. Então sou outra, completamente diferente daquela que eu era quando escrevi aquele primeiro post. E acho que colocar este primeiro texto aqui faz todo sentindo, porque ficaria incompleto pra eu contar apenas hoje como começou, sem ir buscar como foi esse começo para a Aline de 2010.

Eu tenho uma dificuldade muito grande em começar a escrever os textos pro blog e só parar depois que digitar o último ponto final. E foi assim desde o começo. Não sei se é porque são palavras muito caras pra mim, se eu me coloco ali por inteira, não sei e não vou fazer qualquer tipo de análise aqui e tentar encontrar os motivos; mas a questão é que eu abro o arquivo onde estão todos os posts - desde o primeiro - coloco a data, suspiro fundo e começo a escrever. Mas aí, depois do primeiro parágrafo - ou, ás vezes, da primeira linha – minimizo a janela, vejo se tem atualização no Facebook, no e-mail da empresa ou no e-mail pessoal; passo a música que estava ouvindo, bebo água, pego alguma coisa pra comer ou mando uma mensagem no celular. E assim o texto vai saindo.

Mas, olha, eu tenho um orgulho danado desse blog. Não sou escritora, jornalista ou poetisa. Quando escrevo aqui tenho minha filha e todo esse nosso mundo na cabeça e no coração e deixo as palavras irem saindo. Do jeito que vierem. Depois releio e ajusto, às vezes muito, às vezes quase nada. De vez em quando publico com uma sensação deliciosa de ter contato um fato do jeito mais gostoso possível; de vez em quando acho que tá uma merda, mas publico mesmo assim, porque foi desse jeito que eu pari aquele texto e pronto. E muitos outros nascimentos estão aqui dentro ainda, e eu fico cuidando e gestando, esperando que eles estejam prontos pra caírem no mundão, virtual, neste caso.

Até poucas semanas atrás o blog era um mundinho bem meu – do Silvio também, mas suas participações são mais tímidas. Eu escrevia pra mim e pra deixar pra Luna um registro de sua vida sob o meu olhar e mostrar pra ela que eu posso não ter acertado muitas vezes, mas tentei ser a melhor mãe possível. Mas de um tempo pra cá comecei a mergulhar na blogosfera maternal e eis que descubro dezenas de blogs de mães. Dezenas! Mães e filhos de todos os tipos, jeitos, modos e gostos. E achei tudo uma delícia! E foi assim que descobri o Super Duper, da Anne (e descobri que a gente havia se cruzado há uns 15 anos e depois nunca mais a vi; coisas da vida) e o Mamatraca; e quero agradecer aqui a possibilidade de me fazer sentir novamente aquele gostinho doce (e ansioso) do começo.