domingo, 15 de maio de 2011

Trocando o casulo...



Uma mulher, ao longo de sua vida, passa por muitas fases, está "sempre" em período de transição.


Virar mãe é uma das maiores... Não, acho que é a maior mudança que pode acontecer na vida de uma mulher. E quando o bebê nasce, tudo muda, a todo instante, numa velocidade assustadora.


Desde que Luna chegou já vivemos muitos momentos assim; desde coisas simples, como passar das roupas e fraldas RN, para P e hoje M (e até G!) como começar a "vida escolar" no berçário, tomando suco, comendo frutinha e ficando quase 12 horas por dia longe de mim.


Na sexta-feira Luna fez 4 meses, e eu sabia - desde a primeira consulta no pediatra, com apenas 1 semana de vida - que este dia chegaria: Luna, que até então dormia no carrinho, na frente da nossa cama, dormiu, pela primeira vez, a noite inteira em seu berço, no seu quarto.


Um dos meus maiores medos sempre foi que ela engasgasse dormindo e, segundo os médicos, existia uma chance maior disso acontecer até os 4 meses, quando o sistema digestivo ainda estava em formação. Então, como era inviável colocar o berço no nosso quarto, optamos por deixá-la no carrinho, pra que eu ouvisse e pulasse da cama ao menor sinal de ruído vindo dali.


Luna já está grandona, ainda é minha bebê - e acho que a verei como bebê até ela completar 47 anos - mas seu organismo já está bem mais formado e forte.


Parece besteira, mas olhar o carrinho vazio na beirada da cama - mesmo sabendo que ela estava linda e dormindo no quarto ao lado - me deu um apertinho no coração... Ir do carrinho pro berço foi um pequeno-grande passo em sua longa caminhada "em busca da independência", e acho que é isso que me faz sentir assim, já, tão cedo, alguns metros longe dela.

Gargalhadas pra madrinha...

A primeira vez que Luna gargalhou foi com meu pai - aos 3 meses e meio - numa daquelas brincadeiras de caretas e sons com a boca que a gente nunca sabe que efeito terão. Tentei gravar mas não deu certo; passou...
No sábado, já com 4 meses, Luna gargalhou novamente, mas de um jeito que ela nunca tinha gargalhado antes.
Não preciso dizer mais nada, o vídeo diz por si só.
Coisa linda da minha vida!!!

Luna motorizada


Mesmo sem pedir, sem querer e sem saber, filho faz a gente tomar decisões que jamais achávamos que tomaríamos.


Ganhei meu primeiro carro com 21 anos - presente da avó materna - um corsinha verde azeitona 97.


Pra época e para as minhas necessidades estava mais do que suficiente. Eu trabalhava em Pinheiros e o trânsito do Tatuapé até lá era terrível, então ia trabalhar de condução e usava o carro apenas aos finais de semana, para lazer.


Um ano e meio depois, alguns mil reais economizados e outros mil novamente ganhos de presente, resolvi trocar o carro e achei que valeria a pena pegar um carro 0Km, afinal, nada como cheirinho de carro novo.


O celta estava bastante a contento, me levava pra onde eu queria, quase não dava problema de manutenção e, acima de tudo, era super econômico.

Passamos a gravidez providenciando tudo que foi preciso pra criar minha pequena: casa, enxoval, etc. Se eu não tivesse carro, a vida teria sido bem mais difícil durante aqueles meses todos. Passávamos todos os finais de semana andando pra cima e pra baixo atrás de imóveis, móveis e roupas de bebê; uma lista praticamente infinita. Eu agradecia todos os dias por ter condições de dar conta de tudo que precisava ser feito e comprado.

A nossa primeira experiência bebê+carro foi na saída da maternidade, claro! Colocá-la e tirá-la de um carro com duas portas não pareceu uma tarefa difícil.


Mas o tempo foi passando Luna foi (crescendo e engordando e) podendo sair mais de casa e começou a ficar difícil entrar com ela no bebê conforto pela porta da frente, colocá-la no banco de trás e vice-versa.


Até que um dia fomos passear no parque e resolvemos levar o carrinho, já que, com o peso que ela estava, colo e bebê conforto não eram opções viáveis. E foi aí que a ficha caiu. Colocamos o carrinho no porta-malas e ficamos, eu e Sil, olhando aquilo e nos olhando: não caberia nem mais uma mamadeira ali, precisávamos trocar de carro.


Não quero aqui parecer mal agradecida ou descontente; sei que a maior parte da população de São Paulo que tem filhos precisa se virar nos 30 pra andar com os filhos de um lado pro outro da cidade; e ter um carro, "independente" de qual seja, já é uma mão na roda incrível.


Mas acho que se você tem a possibilidade de ter algo que facilite sua vida com seu bebê, o investimento é válido.

Pelo meu histórico dá pra ter uma idéia do tipo de carro que gosto: barato e pequeno. Meus pais tinham um Siena e eu queria morrer quando precisava usar o carro deles por qualquer motivo que seja.




Bem, começamos a olhar carros tendo na mente poucos pré-requisitos: porta-malas considerável, 4 portas e usado, porque carro novo está o olho da cara!


Pra meu desespero, logo depois da 1ª saída, concluímos que seria inviável não comprar um modelo sedan, weagon ou coisa do gênero; o porta-malas de qualquer carro hatch não era quase nada maior do que o do celta. Levamos meus pais na saída seguinte, pois nos dava maior confiança na hora de analisar o que nos era oferecido, já que meu pai trocou de carro "algumas" vezes na vida.


Tive que trabalhar muito (muito!!!!!!) meu psicológico para aceitar que, em muito breve, eu teria que dirigir um carro grande.


Compramos um SW 206 - uma barca!!! - e dirigí-lo está sendo um tanto desafiador. Mas como o ser humano é adaptável - e uma mãe faz tudo pelo filho - sei que logo menos estarei pilotando como se o dirigisse desde sempre.

Recomeçando...


Assim como comecei o blog com um atraso de quase quatro meses para relatar a minha experiência gravídica, retomo meus relatos também com um atraso de quase quatro meses para falar da minha vida de mãe.

Está sendo incrivelmente mais difícil escrever o primeiro post desde o nascimento da minha pequena do que foi escrever o primeiro do blog; deve ser por isso que demorei tanto pra voltar aqui.

Mas acho que escolhi uma "época" boa pois, assim como descobrir que estava grávida mudou tudo na minha vida, há menos de três semanas entrei em um novo furacão; agora tudo volta a se encaixar, devagarzinho.

Até porque, seria impossível, nessa altura do campeonato, colocar em palavras tudo que aconteceu desde 13 de janeiro deste ano. As fotos e posts do Facebook e os tweets dão conta - até certo ponto - de me fazer "reviver" esses últimos quatro meses. Então vou registrar aqui e agora apenas os últimos acontecimentos.

Sempre trabalhei e tive uma vida muito agitada, então demorei um tempo pra aceitar e me adaptar ao fato de que iria passar 24 horas por dia dentro de casa durante alguns meses. Até porque, quando Luna nasceu, eu havia saída da casa dos meus pais fazia menos de 3 semanas. Aí fui aos poucos me acostumando com a rotina: arrumar a casa, cuidar da Luna, cozinhar, coisa e tal.

Atenção total na Luna e no lar, mas como um meio de manter ligação com o mundo exterior eu lia quase diariamente meus e-mails, inclusive os do trabalho. Não estar presente no ambiente de trabalho não me fazia sentir as mudanças que estavam acontecendo por lá, mas uma hora elas chegaram até mim. E essas mudanças me fizeram repensar algumas questões profissionais-pessoais e me fizeram conversar com algumas pessoas a respeito do que se passava na minha cabeça.

Como este blog é pra falar do meu eu como mãe e não como profissional, vou resumir aqui e ali e chegar ao que interessa: um belo dia recebi uma proposta de trabalho e pesando todos os prós e contras resolvi aceitar.

É claro que me dissolvi em lágrimas assim que desliguei o telefone, Luna estava na minha frente e eu percebi que não ficaria mais com ela o dia todo.

Passado o momento 'desespero', comecei a planejar a nova vida nova: compra do que faltava pra escola - sim, mesmo os bebês possuem Lista de Material Escolar, e são ítens que não duram o ano inteiro, nanão -, adaptação no berçário - Luna não teria mais alguém pra lhe dar atenção exclusiva 24 horas por dia, mas eu sabia que estava deixando minha filha no melhor lugar do mundo pois, além de receber atenção como aluna, receberia como neta da coordenadora pedagógica e como "neta postiça" do casal dono da escola <3 -, consulta no pediatra para definição de cardápio - entrando na escola ela teria que começar a beber suco, comer fruta e complementar as mamadas com leite em pó, já que seria impossível tirar leite suficiente para alimentá-la por quase 12 horas; difícil saber que eu não seria mais a única provedora de alimento pra ela, rolou um ciúmes sim, #prontofalei... Enfim, dias super corridos.

Vejam a situação fácil: o primeiro dia que eu teria que ficar longe da minha filha por hoooras seguidas foi o primeiro dia no trabalho novo!!! Trabalho novo significa atenção 1000%, absorver o máximo de informações possíveis no menor espaço de tempo; mas como fazer isso com uma bebê de menos de 4 meses longe de você pela primeira vez por um dia inteiro?! Nossa!!!

E pela primeira vez eu não iria voltar do trabalho pra casa da minha mãe - com janta pronta, roupa lavada e casa limpa - sentar no sofá e assistir TV até adormecer. Eu teria que chegar em casa, fazer janta, arrumar bagunça, fazer a mala da Luna pro dia seguinte, ler a agenda da escola, escrever na agenda da escola, trocar fralda, dar atenção pro maridinho e brincar com a pequena. E no dia seguinte não precisaria apenas acordar, tomar banho, tomar café, arrumar minhas coisas e sair pra trabalhar. Teria que acordar, fazer o de sempre mais tirar leite, trocar fralda e dar de mamar.

Mas tem uma coisa simples que é: estou amando TANTO essa minha vida de mãe-casada que faço tudo com muito prazer... É incrível o poder que o amor tem em nos dar energia!

Luna acorda uma vez por noite pra mamar e é só eu aparecer na frente dela que ela se abre num sorriso que me derrete toda! Como sentir cansaço assim? Como não acordar as 4 da manhã com prazer pra dar de mamar pra um serzinho tão incrível?

E a história se repete: quando eu era pequena, minha avó ia da Penha até Ermelino Matarazzo, as 6 da manhã, ficar comigo pra minha mãe trabalhar; quando fui pra escola, Dona Marlene me buscava todos os dias e ficava comigo até meus pais chegarem do trabalho.

Não sei o que seria de nós sem minha mãe (e meu pai), ela pega a Luna na escola praticamente todos os dias e fica com ela até eu e Sil chegarmos do trabalho; cuida, brinca, dá mamadeira e troca a fralda. Sei que ela é louca pela neta, mas sei também que ela tem casa, filho, marido, janta pra fazer e bagunças pra arrumar, e ficar com a Luna come um tempão disso tudo. Mesmo assim ela simplesmente delira quando peço pra pegar a pequena na escola. Mãe...

Quero também deixar registrado o amor e cuidado que uma certa portuguesa tem conosco e com Luninha. Dona Otília, avó paterna, passa cerca de 4 horas dentro de ônibus e metrô pra ir uma vez por semana em casa ver a neta e passar toda nossa roupa e toda (e dela é MUITA) roupa da tchutchuca. Sogra...

Bem, ser mãe tem sido a melhor experiência da minha vida e espero relatar todos os momentos importantes aqui, nesse diário virtual.