quinta-feira, 19 de maio de 2011

Tudo junto e misturado

Minha vida nunca foi difícil, realmente não posso reclamar de nada, sempre tive muita ajuda e muito amor da família e de amigos. E isso tudo se intensificou demais desde que Luna apareceu por aqui. Muita gente presente, dando carinho, apoio, ajudando emocional e financeiramente.
Em contra partida, tenho que dar conta do furacão de coisas que acontecem todas de uma vez, com uma intensidade incrível!
Sempre digo que o processo “natural” de independência do ser humano é:
1)      Morar com os pais
2)      Morar sozinho ou com amigos
3)      Morar com cônjuge
4)      Ter filho 

Eu, muito apressadinha, passei por todas as etapas (ou quase todas) em 15 dias. Dei conta e ficou tudo ótimo!
Alguns meses depois, outro furacão: meu primeiro dia no trabalho novo foi o primeiro dia de Luna na escola. Socorro! A semana anterior e a semana em questão foram intensas, muita coisa pra fazer, muita informação pra absorver e um coração apertado o tempo todo.
E agora o mix mais recente: Luna completou quatro meses na sexta-feira passada, e como havia sido planejado, ela passou a dormir no berço – antes dormia no carrinho, no nosso quarto, por conta do maior risco de engasgo. O período de adaptação não está sendo muito tranqüilo, acho que ela tem “estranhado” um pouco o espaço do berço, o colchão e sei lá mais o que. Luna às vezes acorda chorando-gritando, precisamos levantar, colocar a chupeta, fazer um carinho e ela volta a dormir, sem sabermos por mais quanto tempo.
Mais ou menos nesse dia o tempo mudou de uma maneira drástica, uma frente fria de bater os dentes; resultado: um nariz congestionado o dia todo e principalmente a noite toda, fazendo Luna acordar mais de uma vez sem conseguir respirar direito pelo nariz.
O tempo também me afetou: na sexta-feira fiquei rouca e só voltei a falar melhor no domingo de manhã. Como brincar e cantar pra Luna com voz de travesti? A garganta dói forçando sair e voz e nada é entendido. Complicado...
A mudança repentina na minha (nossa) rotina e meu “afastamento” durante o dia fez com que a produção de leite materno diminuísse muito mais do que eu jamais imaginaria. Tento tirar leite duas vezes enquanto estou fora, mas não sai grandes coisas e o tempo que o corpo pede pra repor o que foi tirado é longo demais e, se eu tiro muito quando chego em casa, não sobra pra ela. No domingo, o primeiro dia “crítico”, tive que dar mamadeira a noite. Chorei e sofri muito, você se sente perdida; só quem já amamentou sabe da importância dessa ligação entre mãe e filha. Difícil demais!
Liguei pro médico, ele me orientou tomar Plasil e aumentar a quantidade de água. Vou tentar, ficar com energias boas e ver no que dá. Amamentar é o momento mais sagrado entre nós duas e eu não queria perder isso tão cedo. Ela está forte e bem alimentada, não tenho dúvidas; então entrego nossa saúde nas mãos de Deus e que seja o que Ele quiser.
Ontem fui buscar Luna na escola e ela estava com o olho extremamente vermelho, inchado e com muita secreção. Desde terça-feira o olho esquerdo já havia apresentado uma certa irritabilidade, mas bem leve. Ontem fiquei realmente assustada com a situação. Liguei pro pediatra descrevendo seu estado e a orientação foi lavar muito com água filtrada e fervida e comparecer ao consultório no dia seguinte. Ela acordou a noite com o olho grudado, de tanta secreção que havia, e assim redobrei a limpeza. Acordou melhor hoje e Dr. Moacir concluiu que não era conjuntivite, receitou um colírio – ainda sem antibiótico – e a continuação da limpeza intensiva.
Enfim, dias e noite não muito fáceis, mas sou tão abençoada que tenho uma filha que, mesmo assim, nunca deixa de sorrir.

Imitando...

Sempre tentei ler o máximo possível sobre gravidez e bebês. A gente sabe que é na prática que se aprende mesmo a “manusear” o pequeno ser, mas ler pode ajudar bastante. Pesquisava em sites, lia livros e conversava com mães mais experientes do que eu – leia-se: mães que tiveram filhos antes de 13 de janeiro de 2011, não importa quão antes disso foi.
Todas as fontes sempre dizem da importância do estímulo pro bebê, estímulo pessoal-social, motor e lingüístico. E uma consideração que sempre me chamou atenção foi:
 
Aí ficava me perguntando: como é que o bebê vai ouvir o som que sai da boca, ver a expressão que o adulto faz para produzir o som e conseguir imitar? Eu achava tão difícil aquilo...
Luna, ainda antes de completar quatro meses, me surpreende mais uma vez.
Minha mãe vinha pegando Luna na escola quase todos os dias, já que eu trabalho fora e só chego em casa por volta das 19, Silvio havia pego um trabalho em seguida do outro e estava alocado nos clientes há semanas.
Na casa da minha mãe tem um espelho gigante na sala, logo atrás da mesa de jantar. Adoro pegar a Luna no colo e ir pra frente do espelho. Ela adora! Bebês adoram ver outros bebês e o espelho é o “amigo mais próximo”.
Estávamos lá na quinta passada e eu comecei a fazer um dos milhares de barulhos que faço com a boca; difícil descrever e não achei definição melhor: imitação de soltar pum, sabem? Claro que sabem... E não é que, no segundo seguinte Luna fez igual?! Com a pequena diferença que se babou todinha pra fazer isso. Meu pai não acreditava, andava pela casa dizendo: “Olha isso! Não é possível! Essa menina é um gênio!!!” Não sabia se ria dela imitando ou dele delirando com a “genialidade” da neta.
E ela não parou mais desde aquele dia, é só a gente fazer uma vez ou outra pra ela disparar a fazer igual. E é tão charmosa fazendo o barulinho... Ainda não consegui gravar, espero que dê certo no final de semana, já que dia de semana fica mais difícil...
Agora é continuar os estímulos e esperar pela próxima surpresa barulhenta.