Minha vida nunca foi difícil, realmente não posso reclamar de nada, sempre tive muita ajuda e muito amor da família e de amigos. E isso tudo se intensificou demais desde que Luna apareceu por aqui. Muita gente presente, dando carinho, apoio, ajudando emocional e financeiramente.
Em contra partida, tenho que dar conta do furacão de coisas que acontecem todas de uma vez, com uma intensidade incrível!
Sempre digo que o processo “natural” de independência do ser humano é:
1) Morar com os pais
2) Morar sozinho ou com amigos
3) Morar com cônjuge
4) Ter filho
Eu, muito apressadinha, passei por todas as etapas (ou quase todas) em 15 dias. Dei conta e ficou tudo ótimo!
Alguns meses depois, outro furacão: meu primeiro dia no trabalho novo foi o primeiro dia de Luna na escola. Socorro! A semana anterior e a semana em questão foram intensas, muita coisa pra fazer, muita informação pra absorver e um coração apertado o tempo todo.
E agora o mix mais recente: Luna completou quatro meses na sexta-feira passada, e como havia sido planejado, ela passou a dormir no berço – antes dormia no carrinho, no nosso quarto, por conta do maior risco de engasgo. O período de adaptação não está sendo muito tranqüilo, acho que ela tem “estranhado” um pouco o espaço do berço, o colchão e sei lá mais o que. Luna às vezes acorda chorando-gritando, precisamos levantar, colocar a chupeta, fazer um carinho e ela volta a dormir, sem sabermos por mais quanto tempo.
Mais ou menos nesse dia o tempo mudou de uma maneira drástica, uma frente fria de bater os dentes; resultado: um nariz congestionado o dia todo e principalmente a noite toda, fazendo Luna acordar mais de uma vez sem conseguir respirar direito pelo nariz.
O tempo também me afetou: na sexta-feira fiquei rouca e só voltei a falar melhor no domingo de manhã. Como brincar e cantar pra Luna com voz de travesti? A garganta dói forçando sair e voz e nada é entendido. Complicado...
A mudança repentina na minha (nossa) rotina e meu “afastamento” durante o dia fez com que a produção de leite materno diminuísse muito mais do que eu jamais imaginaria. Tento tirar leite duas vezes enquanto estou fora, mas não sai grandes coisas e o tempo que o corpo pede pra repor o que foi tirado é longo demais e, se eu tiro muito quando chego em casa, não sobra pra ela. No domingo, o primeiro dia “crítico”, tive que dar mamadeira a noite. Chorei e sofri muito, você se sente perdida; só quem já amamentou sabe da importância dessa ligação entre mãe e filha. Difícil demais!
Liguei pro médico, ele me orientou tomar Plasil e aumentar a quantidade de água. Vou tentar, ficar com energias boas e ver no que dá. Amamentar é o momento mais sagrado entre nós duas e eu não queria perder isso tão cedo. Ela está forte e bem alimentada, não tenho dúvidas; então entrego nossa saúde nas mãos de Deus e que seja o que Ele quiser.
Ontem fui buscar Luna na escola e ela estava com o olho extremamente vermelho, inchado e com muita secreção. Desde terça-feira o olho esquerdo já havia apresentado uma certa irritabilidade, mas bem leve. Ontem fiquei realmente assustada com a situação. Liguei pro pediatra descrevendo seu estado e a orientação foi lavar muito com água filtrada e fervida e comparecer ao consultório no dia seguinte. Ela acordou a noite com o olho grudado, de tanta secreção que havia, e assim redobrei a limpeza. Acordou melhor hoje e Dr. Moacir concluiu que não era conjuntivite, receitou um colírio – ainda sem antibiótico – e a continuação da limpeza intensiva.
Enfim, dias e noite não muito fáceis, mas sou tão abençoada que tenho uma filha que, mesmo assim, nunca deixa de sorrir.
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