Não é uma regra, mas muita gente, ao virar pai e mãe, é acometida de um consumismo incontrolável; ou quase incontrolável, já que os orçamentos familiares se apertam “um pouco” nesta nova etapa da vida. Tudo que vemos, queremos comprar pros nossos pequenos; roupinhas, sandalinhas, brinquedinhos, tiarinhas e todos os itens que o extenso catálogo do setor bebê-infantil trabalha arduamente em desenvolver e deixar á nossa disposição.
Mas muita coisa que temos em casa (no carro, na casa das avós, e espalhados em todos os lugares possíveis) nos foi dada. Pelo menos no nosso caso é assim. Luna é a primeira bisneta, neta e sobrinha (da minha família) e sou uma das primeiras amigas (de todos os círculos) a ter filhos. Por aí dá pra imaginar a quantidade de coisas que todos os parentes e queridos já deram e estão sempre dando pra pequena, mesmo fora de época.
Minha mãe, louquinha da vida pela neta, dá presentes quase quinzenalmente. A madrinha da Luna – minha cunhada – e minha sogra deram presentes em todos os mêsversários da fofa durante seu primeiro ano. É festa junina? Dona Bete compra uma roupinha caipira. Luna vai entrar na natação? A avó vai e compra um maiô. Luna está sem touca pro frio? Dona Otília compra uma linda! Os bodys de calor estão ficando pequenos? A avó paterna sabe de uma loja que vende uns no tamanho 01 e até 02. E por aí vai...
E o final de ano é bem agitado:
Dia das crianças - 12 de outubro
Natal - 25 de dezembro
Aniversário da Luna - 13 de janeiro.
Dá pra imaginar a quantidade de coisas novas que entraram em casa em menos de três meses?!
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Luna ganhou um livro de bichinhos há alguns meses; na hora do banho “lemos” o livro mostrando cada animalzinho, seu nome e o que está fazendo. E é assim todos os dias. Ontem, pela primeira vez, Luna apontou o macaco quando perguntei por ele. E isso me fez pensar na importância daquele objeto, “apenas uma lembrancinha” que ela ganhou não me lembro quando.
Posso estar ‘viajando na maionese’ (ai que gíria tão 2001!), mas pensei que o desenvolvimento de um bebê tem muito (muito!) a ver com os estímulos que recebe de quem ama, de quem está perto e de quem dá carinho. Mas acho que tem a ver com os instrumentos que os pais, avós, tios e amigos se apropriam para dar conta dos estímulos. E não tem instrumento melhor do que tudo que está ali ao redor, como os brinquedos da sala, do carro, da banheira, do quarto.
O que quero (tentar) dizer é que ás vezes, um brinquedinho que alguém deu apenas como uma lembrancinha pode se tornar significativo de um jeito pra criança e permitir que ela aprenda um tanto com aquilo! Aquele bichinho, aquele livrinho, podem se tornar os preferidos daquele bebê e fazê-lo conhecer um mundão ali. Acho que são pequenas escolhas, nossas e de quem está “junto” que vão construindo as descobertas do dia-a-dia.