segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Damn you ftirápteros!


Os ftirápteros constituem uma ordem de insetos que contém mais de 3000 espécies. Têm entre 0,5 e 8 mm de comprimento, corpo achatado e garras que lhes permitem a fixação ao hospedeiro. Não têm asas e são parasitas externos. Alimentam-se de sangue, resíduos da epiderme ou secreções sebáceas.

Piolhos.
--------------------------------------------------
Atendi ao telefone e comecei uma conversa inocente com minha mãe, querendo saber sobre seu dia e se ela poderia buscar Luna na escola. Depois de tudo combinado, após uma breve pausa na fala, ela muda o tom de voz e diz pesadamente:
- Aproveitando... Hoje na hora do banho, encontraram lêndeas na cabeça da Luna.

- &%$#@≠Ȼῼ≥}º!!! Como assim?! Ela nunca reclamou de coceira e nunca coçou a cabeça na nossa frente!!!

Eram “apenas” lêndeas e piolhos, mas, na minha cabeça – piolhenta também?! – era como se a cabecinha da pequena estivesse infestada de tatus jurássicos comendo o coro cabeludo pra chegar ao cérebro.

Como tenho uma relação próxima com a escola da Luna, liguei pra lá assim que coloquei o telefone no gancho. Devo ter demonstrado uma preocupação um tanto exagerada, pois a primeira reação da diretora da escola, amiga da família há 20 anos, foi caçoar carinhosamente do meu tom de voz, pra depois, claro, me tranquilizar. Mãe de primeira viagem de uma pequena piolhentinha sofre.

A grande questão é que os pequenos insetos monstruosos asquerosos não foram encontrados na cabeça de mais nenhum amigo da escola. Ops! Resolvi refletir sobre estes últimos dias e lembrei que tive uma coceira terrível na cabeçorra no meio da semana; mas eu jamais pensei na hipótese de ter patinhas minúsculas circulando entre os fios do cabelo no auge dos meus 29 anos. Será que eu passei os ftirápteros pra minha própria filha?! Só consigo pensar em uma hipótese: maldito transporte público em horário de pico, onde mal se podem mexer braços, pés e... Cabeças, de tão próximas que umas ficam das outras. Não há cabelo limpo que fique imune a isto.

Mesmo lembrando as constantes cenas da infância, onde minha mãe dedicava horas do dia eliminando a praga do meu couro cabeludo, eu não queria acreditar que tinha sido a culpada pela perda de sangue de Luna. (Drama mode on!). Mas não adianta chorar pelo sangue leite derramado. Pesquisei e descobri que existem diversas receitas caseiras bem bacanas para dizimar os insetos, só que Luna não toparia, por exemplo, dormir com a cabeça besuntada de creme ou óleo; então preferi passar na farmácia e comprar o remédio pronto. Fui tranquila pra casa, sabendo que, por mais que o produto contenha substâncias “tóxicas”, elas não fariam mal à saúde da criança.

Alguns dias atrás, passamos o remédio e logo após usei a técnica do vinagre, com direito a dormir na sala para não intoxicar o marido com o cheiro forte do tempero. Além disso, tomei os comprimidos, receitados apenas para adultos e crianças a partir dos cinco anos. Acredito que encerramos o tratamento. A cabeça da Luna ainda coça um pouco, mas na última busca cabelo adentro não foram encontradas lêndeas.

O Portal do Piolho dá uma dica preciosa: paciência + paciência + paciência + paciência + dedicação. E não deveria ser apenas o piolho pubiano a ter o nome Chato. Vou te falar viu...