sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Pijamas, reunião na escola, rituais e como tudo isso se mistura



A gente “nunca” escuta tanto o nome de certo cara até começar a namorar alguém com aquele nome.


A gente “nunca” repara de verdade na quantidade de pessoas ao nosso redor que estão engravidando e tendo filhos até ser uma dessas pessoas.



E comigo foi assim: quando eu descobri que estava grávida – depois de passar o surto todo – comecei a reparar em quem eu conhecia que também estava na mesma deliciosa situação. Os queridos buchudos mais próximos eram Virno e Ândrea, Mariana e Marcelo, Kati e David. E desde aquela época começamos uma “amizade gestacional” que foi incrível, pelo menos pra mim. Como Luna seria a “caçula” da turma, sempre tive muito apoio quando precisei tirar uma dúvida, desabafar sobre uma angústia, contar uma novidade ou perguntar qual era a melhor solução pro assunto x ou y. Estávamos passando por tudo aquilo em momentos muito próximos, então tudo era mais fresco e vivo em nós.


E isso não mudou quando Aurora, João, Enzo e Luna nasceram. As mães e pais desses pequenos me são muito caros e meus ouvidos e coração ficam sempre muito atentos quando trocamos vivências sobre esse nosso mundinho-mundão da primeira infância. E aconteceu uma troca recentemente que ficou me pedindo pra tentar colocar em palavras as mudanças que aconteceram em casa.



Começou assim: Luna ganhou de aniversário da Aurora (porque depois que se têm filhos, até certa idade, são sempre eles que presenteiam os amiguinhos) um pijama. Ândrea – aflita de ter “errado” o presente - me perguntou se Luna já tinha algum e eu, tooooooooda feliz, disse que aquele seria seu primeiro! E era lindo! Todo de brócolis e ainda brilhava no escuro! Mas aquele pijama sem o relato de Ãndrea não teria o mesmo significado. Ela me contou que faz o “ritual da hora do sono” há um tempinho, e que tão importante quanto o que fazer, era como fazer. Mais ou menos assim: banho pra relaxar, coloca o pijama, explica que agora é hora de fazer ‘Shhhh’, vai pra cama da mamãe e adormece bem gostoso. O como fazer toma importância no momento que a gente percebe que todas essas etapas não são gestos mecânicos, tudo isso precisa de carinho, de conversa, de palavras contando o que está acontecendo e preparando a cria pra dormir; a identificação daquela roupinha como sendo seu pijama, simbolizando a hora de ir pra cama; o carinho e o cafuné ao deitar.



E eu me peguei pensando: Puts! Já era hora de Luna começar a usar pijama?! Eu sempre tive a imagem de crianças maiores com aqueles modelos de ursinhos, bonequinhas e carrinhos; os pequenos monstrinhos reclamando por não quererem tirar a roupa toda suja de brincar na rua, no parque ou na casa do vizinho (sou desse tempo). Mas será que ainda não era cedo pra passarmos pra esta nova etapa da vida? Ândrea me disse que começou o ritual (estou usando tanto esta palavra e nem sei se cabe mesmo aqui) quando Aurora tinha nove meses e que hoje, com quase um ano e meio, quando a pequena começa a sentir soninho, pega a mãe pela mão e levando-a na direção do quarto vai fazendo ‘Shhhh’. E confesso que pouco tenho pra reclamar de Luna, mas tem noite que ela não quer dormir de jeito nenhum. “Pra que perder tempo dormindo? Quero mais é brincar!” Às vezes o leitinho da noite dá uma acalmada na mocinha, o corpo amolece e ela fica ali mesmo, deitadinha no sofá. Mas tem dia que ela acaba de beber, larga a mamadeira do lado e já desce do sofá direto pra caixa de brinquedos, ou pra escada, ou pro móvel da sala.



Tudo isso aconteceu num domingo, mas aí tem o processo de lavar e passar toda roupa nova que Luna ganha. Então o início do ritual teria que esperar mais um pouquinho.


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Na segunda-feira passada foi a primeira reunião de pais na escolinha. Este ano teremos uma novidade, a criação de um módulo intermediário entre Berçário e Jardim I. Até ano passado os bebês ficavam no berçário até completarem um ano e meio, mas como a área deles é separada, de certa maneira, do restante da escola - inclusive por questões de higiene - assim que vão crescendo o desespero de explorar o mundo é tão grande que, sempre que alguém aparece na porta, meia dúzia de mini-maratonistas engatinha, corre (= cambaleia) até lá querendo sair. Então, assim que um pimpolhinho começar a andar com firmeza irá passar para este que eles chamam lá de Módulo Amarelo (cada um tem uma cor); e como Luna já dá sua meia dúzia de passinhos sozinha – quando quer – não tardará em ser liberada para explorar um mundo novo.



E daí que na reunião de segunda-feira os pais dos “maiorzinhos” (Ai meu Deus! Minha bebezica já é de maior!) foram conhecer a professora nova. Querendo saber um pouco mais sobre os pais e seus respectivos rebentos, a moça pediu que nos apresentássemos e contássemos um pouco sobre nossos pequenos furacões.


E nessa rodada de mães babando em seus filhos através de palavras, ouvi, mais de uma vez, algumas histórias sobre como pequenas mudanças na rotina da família estavam sendo benéficas pra todos na casa; e uma delas era sobre o pijama.


Ansiosa de carteirinha, decidi naquele momento que não passaria mais uma noite sem apresentar a roupinha de brócolis á Luna. Saímos da escola e fomos pra casa. Decidimos também que Luna “deveria” estar dormindo ás dez, o que, fora do horário de verão significaria nove da noite. Sempre fui adepta de algumas livres demandas desde que Luna nasceu; mamar, dormir, banho e tal. Mas Luna já é uma mocinha e depois das dez não é hora de criancinha estar acordada.


Então chegamos e fui dar-lhe um banho gostoso. Um pouco de brincadeira, mas nada demorado. Mostrei o pijama e... Ela nem ligou, claro! Pijama e naninha foram palavras repetidas algumas vezes durante o processo da troca. Limpinha e cheirosa, hora encher o barrigão. Luzes da casa apagadas, Backyardigans passando no Discovery Kids; encostei a fofa em mim no sofá e dei-lhe a mamadeira. Ela terminou de mamar e ficou deitada? Não. Mas tudo bem. Subimos pra escovar o dente e eu a trouxe de volta para a posição anterior no sofá. Agora tinha uma diferença: beijinho, carinho e cafuné. Ela até resistiu um pouco sim, viu? Fazia força pra levantar, jogou a chupeta longe, irritada. Mas aí entra a tal da consistência; mais conversa e carinho e a bichinha foi acalmando, amolecendo e dormiu. Linda... E de pijamas! E assim foi segunda, terça, quarta e ontem. Fiquei tão empolgada que comprei mais um conjuntinho na terça-feira!


Este “posto”, de deitar com a filha no sofá e fazê-la dormir, sempre foi mais do Silvio; como eu fico um pouco mais com ela durante a noite pra dar a mamadeira, trocar a fralda e brincar – enquanto ele geralmente está trabalhando ou fazendo a janta – ele pede pra ficar com essa função no final do dia. Mas esses dias têm sido tão gostosos que vou repensar essa logística, até pra ele também poder participar do momento “Filha! Olha o brócolis chegando!”

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

26.01.2012 - Os sete anões

Luna ganhou seus primeiros dentinhos em setembro do ano passado; nasceram primeiro os de baixo.


Durante as férias, os dois de cima foram saindo bem devagarzinho, quase envergonhados; e pra fazer companhia aos centrais, o incisivos laterais (ui! Claro que eu tive que pesquisar o nome deles)já foram também se mostrando, logo atrás.



Mas acontece que ontem estávamos na Leroy Merlin e assim que Luna abriu a boca – não me lembro se pra rir das cócegas que Silvio fazia, se pra colocar a chupeta na boca ou se pra reclamar que queria ir pro chão – eu vi que tinha dentes demais ali, demais! E foi aí que reparei num 7º dente. SETE! Essa menina já é quase um tubarão! Daqui a pouco - se ela continuar com essa história de morder - já vai deixar aquelas marcas de “reloginho” no braço de alguém.



Ai fiquei pensando: Como pode?! Uns demoram tantos pra sair e outros parecem ter pulado de um trampolim pra fora da gengiva. JU-RO que ontem de manhã aquele sétimo dente não estava lá, na não, na na ni na não!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Minha pequena mordedora

Era uma vez uma princesinha linda, doce, meiga e carinhosa; mas um dia ela começou a morder os amiguinhos, mamãe, papai e vovó. E todos foram felizes para sempre. Fim.


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Quem me dera eu estivesse lidando com isso desse jeito fácil e tranqüilo. Sei que ter um bebê mordedorzinho não é o fim do mundo, mas né? Quem curte?



E foi de repente, começaram me avisando na escolinha - no dia do aniversário dela – dizendo que elas pegaram Luna no pulo mais de uma vez, indo morder o bracinho de uma bebezica menorzinha do que ela. Eu tomei um susto e fiquei arrasada, porque em casa ela não era assim. É fato que Luna já tem personalidade própria e, mesmo estando no coletivo da escola todos os dias desde os quatro meses, é igual a qualquer bebê: quer aquele brinquedo – que está com o amiguinho na maioria das vezes - naquela hora e pronto.



E como se o fato de agora eu saber que ela mordia na escola tivesse alguma influência maior, comecei a reparar que Luna, ás vezes quando eu não dava o que estava na minha mão ou tirava o que estava na mão dela, também passou a demonstrar com os dentinhos que estava insatisfeita e irritada.



Na primeira vez fui pega de surpresa e cheguei a sentir uma leve pressão na minha mão antes de puxar o braço pra longe do rosto da pequena carnívora. Mas agora, quando sei que ela vem pra morder, me adianto, e já falo bem séria “Não pode! Faz dodói! Mamãe fica triste!”; nem sempre tudo isto ou nem sempre nesta ordem.



Acho cedo ela já começar a morder e confesso que não acreditei que fosse passar por isso. Acontece que é uma fase mesmo, não tem muito que se fazer a não ser a antiga fórmula: paciência e consistência, com aquela boa pitada de amor.

Mudanças em movimento

Não é a primeira vez que o acessório carro foi motivo de reflexões no blog. Mas desta vez uma simples decisão mudou a dinâmica da família e minha “relação” com a Luna, me fazendo, mais uma vez, enfrentar o monstrinho do desapego.



Dirijo desde os 20 anos e sempre gostei de estar ao volante; tá, nem sempre, já que o trânsito de São Paulo entristece qualquer um, ontem, hoje e sempre. Mas desde que minha barriga começou a crescer do meio pro final da gravidez eu passei a evitar o risco desnecessário de ter Luna colada ao volante e, sempre que eu e Silvio saíamos, era ele quem dirigia. Pulo um – do banco do motorista para o banco de passageiro.


E a pequena Branca de Neve nasceu, toda linda e indefesa. E daí que lugar de mãe de recém-nascido é no banco de trás (a não ser quando o pai sinta vontade de babar na filha), ao lado da cria, zelando-a enquanto o pai, a avó ou quem quer que seja fique atento a semáforos de curta duração, motoboys apressadinhos, ônibus folgados e pedestres atravessando a rua sem prestar atenção ao sinal vermelho. Pulo dois – do banco do passageiro para o banco de trás.


E por quase um ano a vida foi essa, a parte da frente do carro era composta por Silvio dirigindo e a bolsa da Luna ao seu lado e a na parte de trás ficava a fofa no bebê conforto - e depois na cadeirinha - e eu, fazendo carinho, cantando, brincando com chocalhos e bonecos, dando mamadeira, ajeitando a cabeça quando ela dormia. Silvio – neste caso representado por um braço, uma mão e uma cabeça virada pra trás - também sempre participou dos momentos de interação familiar dentro do carro e nunca me cobrou de ir pra frente.



Mas até quando manter o desenho do carro daquela maneira? Até quando Luna precisaria realmente estar acompanhada no banco de trás? E se eu fosse pro banco da frente e morresse de saudades alguma coisa acontecesse?


E minha memória me trouxe imagens do meu afilhado indo sozinho no banco de trás ainda pequeninho – hoje ele é um moço de três anos e meio! - e acho que sempre foi tudo bem.


Então, na véspera de natal, decidimos que o terceiro pulo seria dado naquele dia: mamãe agora iria ao lado do papai e Luna iria atrás feito mocinha. Isso...


Isso? Acho que eu estou – sim, é um processo longo este de cortar o cordão umbilical que me liga á ela dentro do carro – indo bem na minha adaptação. Ela fica ali, mais quietinha, sem a mãe pra beijá-la e mexer nela brincar com ela durante as idas até a casa dos avôs no Tatuapé, dos avôs em Perus, na estrada, na ida para a escola. Mas eu viro pra trás de cinco em cinco minutos, nem que seja pra dar uma espiadinha pelo vão do banco da frente, sabe? E de cinco em cinco (também!), quando ela está acordada, continuamos todos cantando, imitando o tigre, a vaquinha e o auau; continuamos fazendo coceguinhas, pedindo pra ela mandar beijo e abraçar forte a boneca. Quando ela dorme, faço contorcionismo pra ajeitá-la e permitir que o soninho do carro continue gostoso e confortável. Pensando bem, no final quase nada mudou, o clima do carro é o mesmo, apenas com um desenho diferente.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Pé, pernas e o equilíbrio chegando de vez!

Completamente sem reação, fiquei ali sentada na sua frente, no tapete da sala, pernas cruzadas, com a boca aberta, olhos marejados, rindo-chorando de felicidade.


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O processo ‘ficando de pé sozinha’ começou no início de dezembro do ano passado. Com os dois braços levantados, chamávamos a atenção de Luna e pedíamos: Sozinha Luna, fica de pé sozinha. E rapidamente ela já sabia o que aquilo significava. Na maioria das vezes nos imitava por um segundo e, por conta do equilíbrio ainda em desenvolvimento, voltava a se segurava no sofá, na escada ou no móvel da sala. De vez em quando ela “roubava” na brincadeira e, ao se soltar, encostava o barrigão no objeto de apoio que estava na sua frente. E se sentia toda linda!



Mas estímulo que começa, não pode parar mais. Doses homeopáticas diárias e o tal um segundo virou dois e virou três. Vovô Gera teve papel fundamental nessa evolução, já que passou bastante tempo com a neta nestas últimas semanas.




Mas ontem foi incrível. Minha pequena, ali na minha frente, de pezinho, um “tempãããão” (pra uma mãe pareceu uma eternidade!); e pra finalizar, passinhos na direção do avô materno. Luna ter completado um ano na semana passada já mexeu demais comigo, mas aquela cena era demais! Dava pra ver os músculos e tendões de seus pezinhos se movimentando pra que o equilíbrio fosse mantido, mas ao mesmo tempo ela estava tão firme, tão segura, brincando com a corrente do avô.








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E num texto assim me pego “nostálgica”, lembrando da Luna, quando ela cabia inteirinha nos meus braços ou deitada no meu peito; quando ela tinha aquele hálito delicioso que era só dela, com um toque de leite e não leite e sopa de carne e mamão.



Essa vida é louca mesmo, permite um mundo de coisas novas e incríveis fazendo a gente transbordar de orgulho e amar nossos pequenos cada vez mais, mas tudo isso pra amenizar a saudade de tempos passados e de tudo que já experimentamos com eles; mesmo que esses tempos sejam poucos meses atrás.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

‎1 ano de Luna.


Falar sobre amor, falar sobre medos? É tudo "tão" que parece não caber aqui.

Só sei que há um ano dois corações batem no meu peito e desde então são os dois batendo juntos que me mantém viva.

Luna não é um pedaço de mim, sou eu inteira ali; do melhor jeito que posso, na medida errada mesmo, porque mãe exagera e não tem limite.

O ano mais incrível da minha vida.